Com número de casos de COVID-19 quase dobrando nas Américas, trabalhadores de saúde devem ser protegidos, diz OPAS
Vacinar, testar pessoas com sintomas e garantir que profissionais de saúde estejam entre primeiros da fila para doses adicionais de vacina são ações fundamentais para salvaguardar os sistemas de saúde.
Com a aceleração das infecções por COVID-19 nas Américas e a detecção da variante ômicron em pelo menos 42 países e territórios da região, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde, Carissa F. Etienne, convocou os países a garantir que os trabalhadores de saúde tenham acesso a equipamentos de proteção e doses adicionais da vacina COVID-19, quando disponíveis.
À medida que os casos triplicam em alguns países, a capacidade da região de responder à onda atual depende dos profissionais que mantêm as unidades de atenção primária, clínicas e hospitais em funcionamento.
“Devemos garantir que eles estejam protegidos das piores consequências desse vírus”, disse a diretora em uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (12).
Na semana passada, os países das Américas notificaram 6,1 milhões de novos casos de COVID-19 – um aumento de 250% em relação ao mesmo período do ano passado.
Graças ao aumento da vacinação na região, a taxa de mortalidade por COVID-19 permanece estável, mas o aumento das idas ao pronto-socorro e hospitalizações deixou muitos sistemas de saúde com dificuldades para fazer frente à situação.
A diretora da OPAS destacou que uma dose adicional de vacinação “ajudará a reforçar a capacidade dos trabalhadores de saúde de resistir à exposição ao vírus”, particularmente à luz do aumento das infecções.
Com a variante delta ainda causando novos casos de COVID-19 nas Américas, a ômicron está a caminho de se tornar a cepa dominante, espalhando-se mais rapidamente do que outras variantes detectadas, principalmente em espaços fechados. Já foi notificada em 42 países e territórios das Américas e, em vários deles, está ocorrendo uma transmissão comunitária generalizada.
Embora os informes apontem que essa variante pode causar sintomas menos graves, Etienne alertou que “essa nova onda de infecções não será ‘leve’ para nossos sistemas de saúde, pois a variante ômicron já está desafiando nossa força de trabalho de saúde e limitando o atendimento a outras doenças”.
“Em estados insulares menores, alguns hospitais já estavam com grandes dificuldades por casos da variante delta e agora mais hospitais enfrentam a perspectiva de ficarem sobrecarregados”, acrescentou.
A diretora da OPAS também destacou o aumento das reinfecções. “As infecções por ômicron podem ser letais, especialmente para os imunocomprometidos e os não vacinados”, disse ela, pedindo às pessoas que se mantenham seguras seguindo medidas de saúde pública, como uso de máscara bem ajustada (cobrindo boca e nariz) e distanciamento social, vacinação e testes, no caso de apresentarem sintomas.
A cobertura total de vacinação na América Latina e no Caribe atualmente é de quase 60% e muitos países, incluindo Chile, Cuba e Argentina, possuem algumas das maiores taxas de cobertura do mundo. No entanto, é vital que a cobertura equitativa continue sendo uma prioridade, disse a diretora.
“Tanto se lutamos pela equidade das vacinas quanto se apoiamos nossos trabalhadores de saúde ou fazemos nossa parte para reduzir o risco de transmissão, a solidariedade nos abrirá o caminho para sair da pandemia”, acrescentou.
Na semana passada, a maior parte dos novos casos de COVID-19 foi notificada nos Estados Unidos da América e os casos estão aumentando nas províncias do leste do Canadá.
No Caribe, Porto Rico e República Dominicana experimentaram um crescimento de novas infecções e aumentos também estão sendo observados na Jamaica, Aruba, Curaçao e Martinica.
Na América Central, Belize e Panamá estão notificando a maior incidência de COVID-19 e, na América do Sul, os aumentos são particularmente pronunciados na Bolívia, Equador, Peru e Brasil, bem como na Argentina e Paraguai, onde os novos casos aumentaram em cerca de 300%.
Fonte: https://www.paho.org