Em #Live, especialistas em saúde debatem os efeitos da Covid-19 na gestação
Médicos e profissionais de saúde reforçaram a importância da vacinação e de medidas preventivas
Médicos e profissionais da área de saúde que participaram da #Live “Gestação & Covid-19”, transmitida pela ANS como parte das ações do Movimento Parto Adequado, recomendaram a vacinação completa contra o coronavírus para as gestantes e puérperas (mulheres no período pós-parto) como principal medida preventiva à Covid-19. Além de reforçarem também os protocolos de distanciamento, higienização das mãos e uso de máscaras como cuidados que devem ser seguidos pelas futuras mães para gestação e parto seguros, os participantes do evento apresentaram dados sobre o panorama da Covid-19 no Brasil e no mundo.
“Infelizmente, neste ano tivemos um número significativo de casos de grávidas que chegaram em trabalho de parto com teste positivo, o que gera uma preocupação não só com a saúde delas, mas com a dos bebês. Nossa recomendação é para que as grávidas sejam vacinadas”, defende Dr. Miguel Cendoroglo Neto, Diretor-Superintendente Médico e Serviços Hospitalares do Hospital Israelita Albert Einstein.
Para o diretor de Desenvolvimento Setorial substituto da ANS, Cesar Serra, a #Live “Gestação & Covid-19” foi uma iniciativa importante sobretudo por causa das novas variantes que têm surgido sequencialmente. “Com esse encontro, a ANS procura estimular a adoção de melhores práticas. Esse diálogo é essencial para que possamos continuar avançando na oferta do melhor cuidado possível à saúde de mulheres e bebês”, pondera.
A diretora científica da Sobrasp, Claudia Vidal, que participou da mesa de abertura do evento junto com a ANS e o Einstein, ressaltou a relevância do encontro para a construção de uma assistência materna segura e com qualidade. “Acreditamos que a colaboração de diversas entidades, públicas e privadas, assim como as sociedades científicas e organizações governamentais e não governamentais seja o segredo para os excelentes resultados que pretendemos alcançar”.
Durante a gestação, o desenvolvimento do bebê pode ser afetado diretamente pela saúde da mãe, razão pela qual a vacinação contra o Covid-19 é recomendada para a gestante.
Panorama da Covid-19
Os especialistas participantes da #Live “Gestação & Covid-19” apresentaram dados estatísticos relacionados à pandemia. Destacaram que o Brasil figura em terceiro lugar em casos de Covid-19 no mundo, com 26,6 milhões de infectados, ficando atrás apenas dos Estados Unidos da América, com 76,8 milhões, e da Índia, que registrou 42,5 milhões de pessoas com a doença até a primeira semana de fevereiro de 2022. Somando todos os países, além destes, já são 393,22 milhões de infectados no mundo. As mortes alcançaram o patamar de 642 mil indivíduos no Brasil, 931 mil nos EUA e 511 mil entre os indianos, totalizando 5,86 milhões de óbitos em todo o planeta até dia 18 de fevereiro de 2022.
Segundo a professora titular do Departamento de Obstetrícia da Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo, Roseani Mattar, desde o início da pandemia, 1.926 gestantes e puérperas vieram a falecer vitimadas pela Covid-19 no Brasil, considerando todas as faixas etárias. A taxa de mortalidade materna teve aumento significativo no período, passando de 71,46 em 2020 para 107,54 por cada 100 mil bebês nascidos vivos. Foram 459 mortes registradas em 2020, 1.510 em 2021 principalmente no terceiro trimestre de gravidez e no puerpério. A letalidade da doença em casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) por coronavírus era de 7,3% em 2020, saltando para 14,2% em 2021. Uma em cada cinco gestantes e puérperas mortas pela Covid-19 não teve acesso a unidades de terapia intensiva (UTI).
De acordo com os especialistas, os dados coletados durante a pandemia comprovam que as vacinas são seguras e eficazes para proteger mãe e bebê contra as formas graves da doença e foi observada uma queda no fluxo de internações após o início da vacinação. Entretanto, com a chegada da variante Ômicron, o número de gestantes internadas com o vírus começou a aumentar em janeiro deste ano, segundo dados do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19), apresentados na Live.
Enriqueceram este encontro representantes da ANS, Hospital Israelita Albert Einstein, da Sociedade Brasileira para a Qualidade do Cuidado e Segurança do Paciente (Sobrasp), Associação Brasileira de Enfermagem Obstétrica (Abenfo), Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Rede Mater Dei, Hospital e Maternidade Santa Joana e Instituto Emílio Ribas. A live está disponível no canal da ANS no Youtube.
O Movimento Parto Adequado é uma iniciativa realizada pela ANS em parceria com o Institute for Healthcare Improvement (IHI) e o Hospital Israelita Albert Einstein, com o apoio do Ministério da Saúde.
Fonte: https://www.gov.br/ans