Plataforma desenvolvida pelo MCTI facilita compartilhamento de laboratórios brasileiros de pesquisa
Até o momento, cerca de 120 laboratórios de todo o País aderiram à nova funcionalidade
Algumas das vacinas contra a Covid-19 necessitam de ultracongeladores para armazenagem e posterior distribuição desses insumos. Os dados sobre esses equipamentos de alta tecnologia que conseguem atingir -86oC, e podem custar mais de R$80 mil, disponíveis em instituições de ciência e tecnologia brasileiros foram mapeados e colocados à disposição do Programa Nacional de Operacionalização da Vacina contra a Covid-19, do Ministério da Saúde.
Essa é apenas uma das muitas funcionalidades da Plataforma Nacional de Infraestrutura de Pesquisa (PNIPE), iniciativa desenvolvida pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), gratuita e inovadora que possui dados atualizados sobre a infraestrutura de pesquisa em ciência e tecnologia no Brasil e está disponível para utilização desde 2020.
“Até então, não havia conhecimento sistematizado e de fácil acesso sobre a infraestrutura de pesquisa disponível no País”, explica a coordenadora-geral de Infraestrutura e Formação em Pesquisa do MCTI, Priscila Cagni, sobre a demanda antiga da comunidade científica. “A ferramenta permite a visualização global da capacidade e potência de pesquisa em termos de infraestrutura. É um grande ganho”, complementa.
Atualmente, estão disponíveis para consulta online dados sobre 2,1 mil laboratórios de 242 instituições cadastradas em todo o território nacional. Por meio da base digital de dados, é possível saber, com rapidez, quantos, onde estão localizados, a disponibilidade de uso de equipamentos e laboratórios e fazer contato com o responsável.
Mais recentemente, a plataforma passou a oferecer a funcionalidade ‘compartilhamento’, que prevê a utilização dos laboratórios por múltiplos usuários. Cerca de 120 já estão disponíveis nessa modalidade. Para solicitar utilização, o interessado precisa estar cadastrado na PNIPE, submeter ao responsável pelo laboratório um miniprojeto sobre o que pretende executar e preencher um formulário específico. Podem solicitar uso pesquisadores nacionais e estrangeiros, inclusive da iniciativa privada.
“Para os usuários, abrem-se infinitas possibilidades de colaboração, de interação entre grupos de pesquisa e pode alavancar a melhoria no impacto da pesquisa, ou seja, a partir do alcance de resultados mais robustos, publicar em revistas de maior visibilidade”, analisa Priscila.
Os coordenadores esperam que a nova funcionalidade também possa contribuir para fomentar o potencial de inovação das infraestruturas de pesquisa, dando visibilidade junto às empresas das oportunidades oferecidas para melhorar seus produtos e desenvolver novas tecnologias em cooperação, aumentando a interação entre os setores acadêmico e privado e, por consequência, a articulação entre pesquisadores e empresas.
Otimização de recursos – Os desenvolvedores acreditam que a plataforma estimule uma nova cultura de utilização de laboratórios entre os cientistas brasileiros, assim como já ocorre na Europa e em universidades norte-americanas, como na Jhons Hopkins. “Vem para criar uma nova cultura de utilização e otimizar recursos financeiros, humanos de insumos”, avalia a coordenadora.
Os editais das agências de fomento vinculadas ao MCTI, como a FINEP/MCTI e o CNPq/MCTI, dispõem em seus formulários de submissão de projetos itens para estimular o uso compartilhado de equipamentos. A ideia é que ao invés de adquirir equipamentos, em locais onde haja infraestrutura, os pesquisadores possam redirecionar os recursos para outras necessidades. Todos os laboratórios de instituições vinculadas ao MCTI que têm equipamentos adquiridos por meio de recursos públicos em editais destinados a equipamentos multiusuários devem manter o cadastro atualizado na plataforma.
A ferramenta também está disponível para utilização das agências estaduais de fomento, auxiliando na elaboração de políticas públicas e na tomada de decisão. As instituições científicas, tecnológicas e de inovação também podem utilizar a PNIPE MCTI como instrumento de gerenciamento de seus laboratórios e equipamentos. Além disso, os próprios laboratórios poderão utilizar a plataforma para gerenciamento de seus equipamentos.
Investimentos – O MCTI investiu, desde 2019, cerca de R$ 5,5 milhões na concepção, prototipação, desenvolvimento, implementação, hospedagem e infraestrutura da plataforma. A plataforma foi executada pela Rede Nacional de Pesquisa (RNP), organização social vinculada ao MCTI.Categoria
Fonte: https://www.gov.br/mcti