Doar leite materno salva a vida de recém-nascidos
Bancos do DF estão com estoque baixo; 300 ml alimentam até 10 bebês
Ester nasceu prematura, com 32 semanas, e precisou ficar em uma Unidade de Tratamento Intensivo neonatal do Hospital Regional de Taguatinga por mais de um mês. Lá, ela foi tratada de infecções no sangue e no intestino. Nos primeiros dias de vida, a menina recebeu alimento do banco de leite materno. “Ela começou tomando 2 mililitros, depois foi para 4 ml, 16 ml e agora está com 22 ml”, lembra a mãe da bebê, Alice Danúbia Nogueira da Silva, 34 anos.
Assim como Ester, por dia, são cerca de 250 crianças internadas em UTIs neonatais da rede pública de saúde e é fundamental o estoque do banco de leite para prover a alimentação desses bebês e de outros que possam precisar. Pensando nisso, a bióloga Ana Luísa Gouvea de Araújo, 26 anos, doa leite desde o 10º dia do nascimento da Júlia, 2 meses. “No início, eu pensei que estivesse doando pouco, cerca de 90 ml, mas fui aprendendo que cada gota importa”, conta.
Ana Luísa relata que a doação não interferiu na alimentação da pequena, muito pelo contrário. “O corpo funciona como ‘fábrica’, não como estoque. Quanto mais eu tirava, mais produzia para minha filha e para outras crianças”, assegura. Hoje ela consegue doar 2 litros por semana, que são recolhidos em casa pelo Corpo de Bombeiros. Esse alimento é encaminhado para o banco de leite e passa pelo processo de pasteurização.
“Um potinho de 300 ml pode alimentar 10 crianças”, afirma Miriam Santos, coordenadora das Políticas de Aleitamento Materno e Banco de Leite Humano do DF. Ela ressalta que Distrito Federal está com estoque baixo nos bancos de leite humano. Desde outubro não é alcançada a meta mensal de 1.500 litros. “Todos os dias nascem novas mães, todos os dias pode ter criança precisando ou mãe podendo doar”, diz a coordenadora.
Crianças que não recebem o leite humano ficam mais suscetíveis a diabetes, hipertensão e outras doenças. O leite pode ficar armazenado em um recipiente no congelador por até 15 dias. Normalmente, é recolhido a cada 10 dias, para que a pasteurização seja feita no 15º dia.
Como doar
Toda mulher que estiver amamentando pode ser uma doadora. Basta ligar para o número 160 e, na opção 4, fazer o cadastro. Outro forma é pelo site Amamenta Brasília ou pelo aplicativo disponível em IOS e Play Store. Após o cadastro, ela recebe orientações de como coletar e armazenar o leite. Uma equipe do Corpo de Bombeiros vai à residência da doadora para recolher os vidros com o leite materno. Essa parceria, entre a Saúde e o Corpo de Bombeiros existe há 33 anos. Os militares também coletam no Entorno do DF.
Acesse o site do Amamenta Brasília
Vidros
Outra forma de auxiliar é doando os potes de vidro onde o leite será armazenado. O interessado deve levar os recipientes ao banco de leite ou postos de coleta localizados em Brazlândia, em Ceilândia, no Gama, no Paranoá, em Planaltina, no Plano Piloto, em Samambaia, em Santa Maria, em São Sebastião, em Sobradinho e em Taguatinga.
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Fonte: https://www.saude.df.gov.br