Fiocruz, Ministério da Saúde do Brasil e OPAS capacitam técnicos de laboratório de 7 países da América Latina em diagnóstico de varíola dos macacos
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), o Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) realizam nesta quinta e sexta-feira (10), na cidade do Rio de Janeiro, Brasil, um treinamento sobre diagnóstico e detecção laboratorial da varíola dos macacos, com a participação de especialistas de sete países da América Latina.
A capacitação busca fortalecer as capacidades dos laboratórios da Bolívia, Colômbia, Equador, Paraguai, Peru, Uruguai e Venezuela para detectar casos dessa doença, antes um surto recente notificado em vários países do mundo que não endêmicos para a varíola dos macacos. Ou seja, onde a circulação do vírus monkeypox não havia sido notificada anteriormente.
De 13 de maio a 8 de junho deste ano, mais de mil casos de varíola dos macacos foram confirmados em 29 países não endêmicos para a doença, sendo quatro deles na Região das Américas: Argentina, Canadá, Estados Unidos e México.
Durante a atividade no Rio de Janeiro, os participantes recebem um treinamento prático em detecção molecular (PCR em tempo real) do vírus causador da varíola dos macacos e revisam a detecção e diagnóstico no contexto da preparação e resposta a possíveis surtos. A detecção do vírus é o primeiro passo para evitar a propagação, interromper as cadeias de transmissão e interromper um surto.
Para facilitar o início dos testes de PCR, o Instituto de Biologia Molecular do Paraná (IBMP), no Brasil, doou à OPAS reagentes para o diagnóstico da varíola, que, somados a outros adquiridos pela Organização Pan-Americana da Saúde, serão entregues para cerca de 20 países da América Latina e Caribe.
A varíola dos macacos é uma zoonose causada pelo vírus monkeypox, do gênero Orthopoxvirus, pertencente à família Poxviridae. A infecção é caracterizada por erupção ou lesões cutâneas que geralmente se concentram no rosto, nas palmas das mãos e plantas dos pés. A amostra para o exame laboratorial é retirada de uma pessoa com sintomas, da lesão na pele, e o resultado pode demorar de um a três dias a partir do momento em que a amostra chega ao laboratório.
A OPAS recomenda que os países assegurem a identificação oportuna de todos os casos suspeitos, considerando a avaliação clínica e epidemiológica. Também orienta a coleta de amostras e a implementação de protocolos para detecção molecular em laboratórios nacionais de referência.
Transmissão
A varíola dos macacos pode se espalhar para as pessoas quando entram em contato físico com um animal infectado (roedores e primatas). Também pode se propagar de pessoa para pessoa por meio do contato físico próximo com alguém que tenha sintomas. A erupção cutânea, os fluidos corporais e as crostas são particularmente infecciosos. As roupas de vestir, roupas de cama, toalhas ou objetos como talheres e pratos que foram contaminados com o vírus pelo contato com uma pessoa infectada também podem infectar os outros. Além disso, úlceras, lesões ou feridas na boca podem ser infecciosas, o que significa que o vírus pode se espalhar pela saliva.
Essa enfermidade pode ser transmitida ainda por inoculação ou através da placenta (varíola dos macacos congênita). Não há evidência de transmissão sexual do vírus.
Tratamento
Não há tratamentos específicos para a infecção pelo vírus da varíola dos macacos. Os sintomas costumam desaparecer espontaneamente. A atenção clínica deve ser otimizada ao máximo para aliviar os sintomas, manejando as complicações e prevenindo as sequelas em longo prazo.
Fonte: https://www.paho.org