Guia alimentar: novos sabores, texturas e aromas trazem ao bebê um mundo de descobertas
A partir dos 6 meses de idade, além do leite materno, outros alimentos devem começar a ser oferecidos para a criança
Para manutenção da saúde e do bem-estar, é importante que cada fase da vida tenha uma alimentação adequada e saudável. Tudo começa ainda nos primeiros meses do bebê. A partir dos 6 meses, o consumo de outros alimentos, além do leite materno, passa a ser necessário para o pleno crescimento e desenvolvimento da criança.
A alimentação deve ser composta por comida de verdade, isto é, refeições feitas com alimentos in natura ou minimamente processados, de diferentes grupos, como feijões, cereais, raízes e tubérculos, frutas, legumes e verduras, além de carnes. O número de refeições ao longo do dia e a quantidade de alimentos oferecidos devem aumentar conforme a criança cresce.
Ao completar um ano, a criança já deve estar se alimentando com a comida da família, ou seja, café da manhã, almoço e jantar, além de lanches e do leite materno. Refeições com maior variedade são as mais adequadas e saudáveis para crianças e também adultos.
Para orientar sobre as melhores escolhas alimentares, o Ministério da Saúde disponibiliza o Guia Alimentar para a População Brasileira, que classifica os alimentos em 4 categorias, segundo a extensão e o propósito do seu processamento. Eles podem ser: alimentos in natura ou minimamente processados, ingredientes culinários processados, alimentos processados e alimentos ultraprocessados.
Em complemento, o Guia Alimentar para Crianças Brasileiras menores de 2 anos retoma a classificação para apresentar opções adequadas e saudáveis para essa faixa etária.
1) Alimentos in natura ou minimamente processados
In natura são os alimentos obtidos diretamente das plantas ou dos animais e não são alterados após deixar a natureza. Já os minimamente processados passam por alguma modificação, como limpeza, remoção de partes indesejáveis, divisão, moagem, secagem, fermentação, pasteurização, refrigeração, congelamento ou processos semelhantes, que não envolvam a adição de sal, açúcar, óleos, gorduras ou qualquer outra substância ao alimento original.
Exemplos: leguminosas (feijões, ervilha, lentilhas, grão-de-bico), cereais (arroz, milho, farinha/farelo/flocos de aveia, macarrão), raízes e tubérculos (batata, mandioca), legumes e verduras, frutas frescas, secas ou em suco, carnes e ovos, leites, água própria para consumo, entre outros.
Atenção: café, erva-mate, chá verde e chá preto não são recomendados para crianças.
2) Ingredientes culinários processados
São produtos extraídos dos alimentos in natura por processos como moagem, extração e refino para temperar, cozinhar alimentos e elaborar preparações culinárias.
Exemplos: sal de cozinha, óleos e gorduras como óleo de soja, de girassol, de milho, azeite de oliva, manteiga, entre outros.
Atenção: açúcares, melado e mel não devem ser oferecidos para crianças menores de 2 anos.
3) Alimentos processados
São produtos fabricados a partir de alimentos in natura ou minimamente processados, com adição de ingredientes culinários. Somente alguns dos alimentos processados podem fazer parte da alimentação de crianças.
Exemplos: conservas de legumes, de verduras, de cereais ou de leguminosas, extrato ou concentrado de tomate (com açúcar e sal), castanhas com sal ou açúcar, carnes salgadas, peixe conservado em óleo ou água e sal, frutas em calda ou cristalizadas, queijos (minas, prato, mussarela, ricota, gouda, brie, coalho, canastra, provolone e cottage) e pães (feitos de farinha de trigo refinada ou integral, leveduras, água e sal).
4) Alimentos ultraprocessados
São formulações industriais prontas para consumo, feitas com ingredientes com nomes pouco familiares e não usados em casa (carboximetilcelulose, açúcar invertido, maltodextrina, frutose, xarope de milho, aromatizantes, emulsificantes, espessantes, adoçantes, entre outros).
Atenção: estes não devem ser oferecidos para a criança!
Exemplo: refrigerantes, pós para refresco, bebidas com sabor de chocolate e sabor de frutas, salgadinhos de pacote, sorvetes, chocolates, balas e guloseimas em geral, cereais matinais e barras de cereais, achocolatados e misturas em pó saborizantes, farinhas de cereais instantâneas com açúcar, iogurte com sabores e tipo petit suisse, queijo processado UHT e outros.
É fundamental que toda família valorize o momento da alimentação. Comer junto ajuda a criança a se interessar em experimentar novas opções e torna as refeições mais prazerosas. O ambiente acolhedor, tranquilo e a boa relação entre a criança e as pessoas que cuidam dela, podem influenciar de forma positiva na aceitação dos alimentos e preparações.
Os dois primeiros anos de vida são decisivos para o crescimento e desenvolvimento do bebê. Nesta fase, ele vai ganhar peso, altura e começar a descobrir o mundo. Nesse período, aprende a sustentar a cabeça, pegar objetos, sentar, engatinhar, ficar de pé, andar e falar, bem como a capacidade de mastigar.
Mesmo com a introdução alimentar, o bebê deve continuar recebendo o leite materno até, pelo menos, 2 anos de idade. Uma alimentação adequada e saudável é fundamental para o crescimento e desenvolvimento da criança.
Guia alimentar
Durante o mês de julho, o Ministério da Saúde vai divulgar uma série de conteúdos sobre a importância da alimentação saudável e as particularidades em cada fase da vida. Acompanhe:
- Hábitos saudáveis podem evitar complicações durante a gravidez.
- Amamentação exclusiva até os seis meses de vida protege e prepara o organismo do bebê.
Fonte: https://www.gov.br/saude