Saúde deve investir R$ 145 milhões na vacina testada pelo Butantan contra Covid-19
O Ministério da Saúde deve contribuir com R$145 milhões para a vacina candidata contra a Covid-19 Coronavac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac Biotech e produzida no Brasil pelo Instituto Butantan, em São Paulo. Em reunião na última quarta-feira com representantes do governo paulista e do Butantan, foi informado que o ministro interino, Eduardo Pazuello, já mandou identificar a fonte orçamentária para atender à demanda.
Na mesma reunião, o estado pediu R$1,9 bilhão para o governo federal para aumentar a produção de vacina, mas ainda não há resposta sobre esse pleito.
O Butantan pretende apresentar ao Ministério da Saúde até a semana que vem sua proposta formal de doses de vacina para serem utilizadas pelo Programa Nacional de Imunizações. Inicialmente, a produção prevista pelo Instituto é de 60 milhões de doses, caso o ministério atenda ao pedido por mais recursos, a quantidade poderia dobrar.
No dia 18 de agosto, o Instituto enviou um ofício ao Ministério da Saúde solicitando R$ 60 milhões para instalação da fábrica com capacidade para produzir 100 milhões de doses anuais da vacina. Outro ofício enviado na mesma data solicitou ainda o aporte de R$ 85 milhões para viabilizar a conclusão dos estudos clínios de fase III da vacina. Essas demandas, segundo interlocutores, serão atendidas pelo governo federal.
Secretário especial e chefe do Escritório de Representação do estado de São Paulo em Brasília, Antoio Imbassahy afirmou que a reunião foi amistosa e o ministro Pazuello se mostrou receptivo em relação à parceria.
— Foi uma reunião muito positiva, com a convergência total dos interesses em aumentar quantitativos de doses de vacina para atender os brasileiros— disse. — O ministro fez questão de nos receber ao lado de seus principais auxiliares e abriu com um comentário sobre a importância de somar esforços. Os R$1,9 bilhões que pedimos é o mesmo valor que será repassado a Fiocruz. Esperamos que o mesmo tratamento que foi dado a Fiocruz seja dado ao Butantan.
De acordo com ele, é importante somar os esforços as duas organizações para fornecer a quantidade suficiente de vacinas.
— Vamos apresentar nossa proposta nos próximos dias. Temos capacidade de ofertar 60 milhões de doses, vamos trabalhar para ofertar um quantivo maior que pode alcançar até 120 milhões até o ano que vem. A vacina será aplicada em duas doses, tanto a da Sinovac quanto a da Fiocruz. Somando os dois quantitativos não alcançamos ainda o total de brasileiros — disse.
O GLOBO entrou em contato com o Ministério da Saúde para saber se a pasta pretende atender o pedido de R$1,9 bilhão feito por São Paulo, mas até o momento ainda não obteve resposta.
Fonte: https://oglobo.globo.com