IBGE: 66% dos brasileiros autoavaliaram saúde como boa ou muito boa em 2019
Hoje (18), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou a PNS 2019 (Pesquisa Nacional de Saúde), em conjunto com Ministério da Saúde. Foram apresentados dados sobre a autopercepção do estado de saúde, estilos de vida, doenças crônicas e saúde bucal.
De acordo com a pesquisa, em 2019, 66,1% autoavaliaram sua saúde como boa ou muito boa —percentual similar ao referido em 2013 (66,2%). A percepção da saúde não se restringe apenas às sensações físicas de dor e desconforto, mas também às consequências sociais e psicológicas da presença de uma doença.
Os homens, por exemplo, fizeram uma autoavaliação de sua saúde mais positiva do que as mulheres: 70,4% dos homens consideraram sua saúde como boa ou muito boa, contra 62,3% das mulheres. Entre as mulheres, 7,1% consideraram seu estado de saúde como ruim ou muito ruim, ao passo que essa percepção alcançava somente 4,3% dos homens.
Quanto à raça ou cor, as autoavaliações também foram distintas: em 2019, 71% da população residente branca no Brasil avaliou sua saúde como boa ou muito boa, já entre a população parda esse percentual era de 62,1%.
Doenças crônicas não transmissíveis
Um dos principais problemas de saúde de maior magnitude da atualidade, as doenças crônicas não transmissíveis causam um elevado número de mortes prematuras (aquelas que ocorrem entre 30 e 69 anos de idade). Também interferem na qualidade de vida das pessoas, além do seu impacto econômico para a sociedade e os sistemas de saúde.
Abaixo, a pesquisa mostra um panorama das doenças, com um maior detalhamento para hipertensão arterial, diabetes e depressão, com pessoas de 18 anos ou mais.
Diabetes
Em 2019, a Pesquisa Nacional de Saúde estimou que no Brasil 7,7% da população de 18 anos ou mais de idade referiram diagnóstico de diabetes (em 2013, era de 6,2%), o equivalente a um contingente de 12,3 milhões de pessoas.
As regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste foram as que apresentaram as menores proporções deste indicador, alcançando 5,5% e 7,2% da sua população de 18 anos ou mais de idade, respectivamente.
Considerando a situação do domicílio, na área urbana 7,9% da população de 18 anos ou mais de idade referiu diagnóstico médico de diabetes, enquanto na área rural a proporção foi de 6,3%.
Hipertensão arterial
A proporção de indivíduos que relataram o diagnóstico de hipertensão arterial no país foi de 23,9% em 2019 (em 2013, 21,4%), o que corresponde a 38,1 milhões de pessoas.
A análise pelas regiões do Brasil mostra que o diagnóstico de hipertensão arterial foi menor no Norte (16,8%) e Centro-Oeste (21,9%). O Sudeste foi a região que possuía a maior proporção de indivíduos de 18 anos ou mais de idade que relataram ter hipertensão dentre as outras regiões (25,9%). No Sul e Nordeste, as proporções são estatisticamente próximas —de 24,5% e 23,1%, respectivamente.
Depressão
Foi estimado que 10,2% das pessoas receberam diagnóstico de depressão por um profissional de saúde mental (em 2013, 7,6%) –o que representa 16,3 milhões de pessoas.
A depressão teve maior prevalência na área urbana (10,7%) do que rural (7,6%). As regiões Sul e Sudeste apresentaram os maiores percentuais de pessoas com o diagnóstico, acima do percentual nacional, 15,2% e 11,5%, respectivamente.
Colesterol alto
De acordo com pesquisa, em 2019, 14,6% (23,2 milhões de pessoas) tiveram diagnóstico médico de colesterol alto (em 2013, 12,5%). Na área urbana, a proporção estimada foi de 15% e, na área rural, de 12,1%.
As grandes regiões apresentaram percentuais equivalentes ao nível nacional, exceto no Norte, onde se identificou a menor proporção (11,8%).
Doenças cardiovasculares
Em 2019, 5,3% tiveram algum diagnóstico médico de alguma doença do coração –o que seria um total de 8,4 milhões de pessoas. Na área urbana, a proporção de pessoas com o diagnóstico foi maior (5,4%) que na área rural (4,4%).
Em relação às grandes regiões, Sul apresentou a maior proporção de pessoas com diagnóstico médico de uma doença cardiovascular (6,8%), seguida pelo Sudeste (6%). Já as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste apresentaram estimativas menores do que a média nacional: 3,3%, 4,1% e 4,8%, respectivamente.
AVC
A pesquisa aponta que 2% relataram o diagnóstico de AVC em 2019, representando aproximadamente 3,1 milhões de pessoas. Os resultados não apontaram diferenças significativas pelas regiões, variando de 1,8% na Sul a 2,1% na Nordeste –tampouco segundo situação de domicílio.
A proporção de pessoas com diagnóstico médico de AVC aumentou conforme a idade avançava: variando de 0,3% entre as pessoas de 18 anos a 29 anos até 9,5% entre as com 75 anos ou mais de idade.
Câncer
A pesquisa estima que 2,6% das pessoas, ou 4,1 milhões de adultos, disseram ter câncer no Brasil (em 2013, 1,8%). A proporção na área urbana foi significativamente maior do que na área rural: 2,7% e 1,7%, respectivamente.
Asma
Segundo o estudo nacional, 5,3% das pessoas disseram ter asma (ou bronquite asmática) no Brasil –um total de 8,4 milhões de pessoas. Na área urbana este indicador foi de 5,5%, enquanto na área rural foi de 3,8%.
Na maioria das grandes regiões, os resultados foram semelhantes ao encontrado no nível nacional: 4,5% no Norte, 5,9% no Sudeste, 6,2% no Sul e 5,0% no Centro-Oeste. O Nordeste apresentou a menor estimativa, de 4%.
Problema crônico de coluna
Em 2019, foram estimadas aproximadamente 21,6% que relataram problema crônico de coluna no Brasil (em 2013, 18,5%), que pode ser causado por uma série de fatores de natureza biológica, sociodemográficos e comportamentais, como trabalho físico extenuante, vibração, posição viciosa e movimentos repetitivos.
Ao contrário das demais doenças crônicas investigadas pela pesquisa, na área urbana este indicador foi menor do que na área rural, com percentuais de 21,2% e 23,7%, respectivamente.
Insuficiência renal crônica
Estimou-se que, dentre as pessoas de 18 anos ou mais de idade, 1,5% referiu diagnóstico médico de insuficiência renal crônica. As pessoas da faixa etária de 18 a 29 anos apresentaram menor prevalência da doença (0,7%) e da faixa de 75 anos ou mais de idade apresentaram a maior proporção (3,1%).
Pessoas sem instrução e com fundamental incompleto apresentaram maior proporção de diagnosticados (2%), enquanto as pessoas com médio completo ou superior incompleto e com superior completo registraram proporções de 1,1% e 1,0%, respectivamente.
Angina
Embora não seja uma doença, a angina de peito (angina pectoris), descrição utilizada para caracterizar a dor no peito, é causada pela redução do fluxo sanguíneo para o músculo cardíaco. Geralmente, a angina está relacionada a doenças que causam a obstrução dos vasos sanguíneos responsáveis por levar sangue ao coração (coronárias). Dependendo da gravidade, pode ser tratada com mudanças no estilo de vida, medicamentos, angioplastia ou cirurgia.
De acordo com a pesquisa nacional, a proporção de pessoas que não utilizavam aparelhos para se locomover e tinham sintomas de angina no grau 1 (dor ou desconforto no peito ao subir ladeiras, um lance de escadas ou ao caminhar rápido em locais planos) era de 12,6%, em 2019. Não há muitas disparidades regionais em relação a este indicador.
Já a proporção de pessoas que não utilizavam aparelhos para se locomover, mesmo com sintomas de angina no grau 2 (dor ou desconforto no peito ao caminhar em lugar plano em velocidade normal), foi de 4,5%. O percentual foi maior entre as mulheres (5,5%) do que entre os homens (3,3%).
A proporção da população de cor branca, nessa condição, foi de 4% e entre a população parda, 4,9%. Ademais, tais sintomas e sem acesso a aparelho de locomoção mostraram uma quase relação direta com a faixa etária, ou seja, quanto maior a idade, maior o percentual de pessoas dentro do grupo etário que tem sintomas de angina.