Representante da OPAS/OMS no Brasil faz chamado à ação para acabar com estigma, prevenir e controlar obesidade
A representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS) no Brasil, Socorro Gross, fez nesta quinta-feira (4) um chamado à união da sociedade para acabar com o estigma relacionado à obesidade e controlar e prevenir a condição na Região das Américas.
“Juntos, podemos iniciar um movimento para uma região e um futuro mais saudável, um atendimento para as pessoas obesas sem discriminação e uma população com mais saúde e equidade, sem que ninguém fique para trás”, declarou a representante no webinar “Estigma da obesidade: um desafio para a prevenção e controle”, organizado pela OPAS.
Gross enfatizou que as Américas são a região do mundo com mais obesidade e que dois países da região tem as maiores taxas de obesidade infantil do globo. Por isso, a OPAS e a OMS têm priorizado esta agenda, ela ressaltou, não apenas para a redução dos índices de obesidade na população, “mas para prevenir outras doenças crônicas, já que essa condição é um importante fator de risco para várias doenças, junto ao tabagismo e o sedentarismo”. Além disso, Gross lembrou que pessoas com excesso de peso estão mais vulneráveis a complicações graves da COVID-19.
“Nós temos evidências robustas que nos mostram maneiras eficazes de agir para prevenir e controlar a obesidade”, atestou a representante de ambos os organismos internacionais no Brasil. Ela elencou como principais ações:
- Aprimorar o cuidado das pessoas com obesidade na atenção primária à saúde;
- Fortalecer o código internacional de comercialização de substitutos do leite materno;
- Implementar impostos sobre bebidas açucaradas;
- Ampliar as compras públicas de alimentos saudáveis;
- Implementar a rotulagem nutricional frontal; e
- Fortalecer o programa de alimentação escolar e a restrição da venda de alimentos e bebidas ultraprocessados em escolas.
O webinar contou com palestras de Juliana Rezende, diretora de Promoção da Saúde do Ministério da Saúde; Gisele Bortolini, coordenadora geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde; Olivia Barata Cavalcanti, diretora de Ciência e Educação da Federação Mundial de Obesidade; Erika Cardoso dos Reis, docente da Universidade Federal de Ouro Preto (MG); e Luisete Bandeira, consultora nacional em nutrição e atividade física da OPAS/OMS no Brasil. A moderação foi feita por Jonas Silveira, professor adjunto do Departamento de Nutrição na Universidade Federal do Paraná.
Cenário mundial
A obesidade e o sobrepeso atingiram proporções epidêmicas. As taxas de obesidade quase triplicaram desde 1975 e aumentaram quase cinco vezes entre crianças e adolescentes, afetando pessoas de todas as idades e de todos os grupos sociais na Região das Américas e no mundo.
A Região das Américas tem a prevalência mais alta de todas as regiões da Organização Mundial da Saúde, com 62,5% dos adultos com sobrepeso ou obesidade (64,1% dos homens e 60,9% das mulheres). Olhando apenas para a obesidade, estima-se que afete 28% da população adulta (26% dos homens e 31% das mulheres).
A epidemia não é estranha a crianças e adolescentes. Na faixa etária de 5 a 19 anos, 33,6% das crianças e adolescentes estão com sobrepeso ou obesidade e 7,3% das crianças menores de cinco anos, segundo as últimas estimativas do UNICEF, OMS e Banco Mundial.
Fonte: https://www.paho.org