Revista Poli discute fragmentação nacional e iniciativas locais de vacinação contra a Covid-19
A reportagem de capa da nova edição da Revista Poli destaca os potenciais e riscos das iniciativas de negociação e compra de vacinas por estados e municípios como caminho para superar a escassez de imunizantes no país.
De que maneira essas soluções podem impactar a vacinação dos brasileiros? As alternativas à fragmentação nacional podem acentuar as desigualdades e colocar em risco a equidade nos serviços de saúde? Essas e outras questões, como a entrada do setor privado no processo a partir da aprovação da Lei da Vacina e novos projetos que ainda tramitam no Congresso, são abordadas na reportagem, que ouviu especialistas, pesquisadores e agentes públicos sobre o assunto.
Peça fundamental no processo de vacinação, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, é tema da seção O que é, o que faz, que explica sua função no estabelecimento de normas e padrões para autorizar, registrar e acompanhar a produção, comercialização e uso não apenas dos imunizantes, mas de muitos itens que fazem parte do nosso dia-a-dia, como alimentos, cosméticos, medicamentos, derivados do tabaco e outros.
Os caminhos e disputas envolvidos na implementação do novo ensino médio são abordados em reportagem sobre o Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) e também na seção Entrevista, que dessa vez ouviu dois pesquisadores. Na primeira, destaca-se como o alinhamento das novas obras disponíveis no PNLD à Base Nacional Comum Curricular (BNCC) do ensino médio trouxe à tona um conjunto de polêmicas sobre os rumos da formação de jovens na escola pública. Especialistas preocupam-se com o esvaziamento dos conhecimentos científicos e os impactos das mudanças na formação ofertada nesse nível de ensino. Já na entrevista, Mauro Sala e Sônia Fernandes apresentam diferentes pontos de vista sobre os impactos da regulamentação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) na oferta do ensino médio integrado à educação profissional no país e sua obrigatoriedade ou não de adequação à reforma.
A matéria ‘Educação na linha de frente’ discute a importância de uma formação integral e com fundamentação científica para profissionais lidarem com situações novas, complexas e desafiadoras como a pandemia. Pesquisadores, professores e também profissionais de saúde formados pelo princípio da integração destacam como, diante da maior crise sanitária da história recente, uma formação que permita ao educando entender o que se faz e por que se faz é definitiva para o sucesso da atuação desses profissionais na linha de frente dos serviços de saúde.
A edição 77 da Poli traz, ainda, uma matéria sobre a chamada ‘saúde digital’ que, na esteira dos vazamentos de dados pessoais de saúde recentemente ocorridos, chama atenção para o debate sobre privacidade e proteção de informações sensíveis na rede. A reportagem aborda as implicações da exposição de dados e desvenda alguns dos caminhos desse lucrativo e ascendente mercado, discutindo ainda a necessidade de políticas públicas voltadas para a garantia de direitos nessa seara.
Fonte: https://portal.fiocruz.br