Ministério da Saúde estuda detecção precoce para câncer de pulmão
Medida ajuda a identificar a doença mais cedo, quando são maiores as chances de cura; em 85% dos casos, esse tipo de tumor está associado ao tabagismo
O câncer de pulmão está entre as principais causas de mortes evitáveis no Brasil e no mundo. No Brasil, em 85% dos casos a doença está associada ao tabagismo ou aos derivados do tabaco. Com foco nesse tema, o Instituto Nacional do Câncer (INCA), vinculado ao Ministério da Saúde, lançou o livro “Detecção Precoce do Câncer”, estratégia que ajuda a identificar a doença (vários tipos de câncer) mais cedo, quando são maiores as chances de cura.
A iniciativa também reforça as ações de conscientização voltadas para o mês de agosto, conhecido como “Agosto Branco”. O objetivo é fomentar campanhas com informações sobre prevenção, diagnóstico precoce e tratamento da doença.
A publicação reúne as recomendações nacionais e as principais evidências científicas para os cânceres mais incidentes no Brasil, incluindo o de pulmão, que é o segundo mais comum em homens e mulheres no país. O material é um importante recurso para atualizar e capacitar profissionais de saúde que trabalham para o controle da doença.
Inúmeros estudos científicos apontam benefícios para o rastreamento em grupos de risco, como os fumantes. A taxa de sobrevida média de cinco anos para câncer de pulmão é de 18%, mas quando ele é identificado em estágio inicial esse número aumenta para 56%.
O risco de os fumantes desenvolverem a doença em relação aos não fumantes é 23 vezes maior em homens e 13 vezes maior nas mulheres. Para 2021, o INCA estima 30,2 mil novos casos de câncer pulmonar no país. Ano passado, a doença foi a principal causa de morte entre homens acometidos por algum tipo de tumor, incluindo traqueia e brônquios.
Tratamento do câncer de pulmão
O tratamento do câncer de pulmão requer a participação de um grupo multidisciplinar, formado por oncologista, cirurgião torácico, pneumologista, radioterapeuta, radiologista intervencionista, médico nuclear, enfermeiro, fisioterapeuta, nutricionista e assistente social.
Para o adequado planejamento do tratamento, é necessário fazer o diagnóstico histológico e o estadiamento para definir se a doença está localizada no pulmão ou se existem focos em outros órgãos. Para os pacientes com doença localizada, e, particularmente, sem linfonodo (gânglio) aumentado (íngua) no mediastino (região entre os dois pulmões), o tratamento é cirúrgico, seguido ou não de quimioterapia e/ou radioterapia.
Para aqueles com doença localizada no pulmão e nos linfonodos, o tratamento é feito com radioterapia e quimioterapia ao mesmo tempo. Em pacientes que apresentam metástases, o tratamento é com quimioterapia ou, em casos selecionados, com medicação baseada em terapia-alvo, que é uma nova forma de tratamento de câncer, frequentemente usada em pacientes cujo tumor tenha determinadas características moleculares (genéticas).
Essas medicações têm sido reservadas para o tratamento de doenças avançadas. Novos estudos estão em andamento para selecionar o grupo de pacientes que melhor se beneficiará deste tratamento.
Fonte: https://www.gov.br/saude