Brasil e Peru se juntam a um número crescente de países nas Américas que estão eliminando gorduras trans produzidas industrialmente
Usada em salgadinhos, frituras e assados, as gorduras trans estão associadas a doenças coronarianas, que são a principal causa de morte nas Américas
Brasil e Peru se juntaram ao número crescente de países nas Américas que tomam medidas para eliminar as gorduras trans produzidas industrialmente, que causam cerca de 160 mil mortes por doença coronariana anualmente na região.
“As gorduras trans produzidas industrialmente acabaram com milhões de vidas desde que foram introduzidas pelos fabricantes de produtos alimentícios ultraprocessados há 100 anos”, afirmou Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). “Essas novas regulamentações introduzidas pelo Peru e Brasil irão melhorar a saúde e o bem-estar de suas populações.”
Gorduras trans
Em julho, a Lei nº 30021 entrou em vigor no Peru, limitando o uso de gorduras trans produzidas industrialmente a não mais que 2% da gordura total em produtos alimentícios, o que efetivamente elimina seu uso. Essa lei também proíbe o uso de óleos parcialmente hidrogenados (PHOs), o que também elimina efetivamente as gorduras trans.
No mês passado, o Brasil iniciou a implementação da regulamentação RDC 332/2019, que aplica o limite de 2%. Espera-se que o Brasil proíba os óleos parcialmente hidrogenados até janeiro de 2023.
Peru e Brasil se somam a três outros países – Canadá, Chile e Estados Unidos – que já haviam eliminado o uso de gorduras trans produzidas industrialmente em produtos alimentícios.
Esses regulamentos implementados por todos os cinco países se alinham ao Plano de Ação da OPAS para Eliminar Gorduras Trans da Produção Industrial 2020-2025, que propõe a eliminação de gorduras através do limite de 2%, proibição de óleos parcialmente hidrogenados ou uma combinação dessas duas medidas.
“Esses países estão na vanguarda da proteção da saúde pública contra as gorduras trans produzidas industrialmente”, disse Hennis. “A implementação dessas regulamentações é o culminar de anos de esforços, e prevemos que outros países nas Américas logo farão o mesmo.”
Uruguai e Paraguai estão se preparando para eliminar as gorduras trans produzidas industrialmente, de acordo com uma pesquisa com 30 países sobre as medidas tomadas para eliminar as gorduras trans produzidas industrialmente. Ambos os países aprovaram o limite de 2% para gorduras trans, mas isso só entrará em vigor em 2022 no caso do Uruguai e em 2024 no caso do Paraguai.
Três outros países – Argentina, Colômbia e Equador – promulgaram políticas que exigem emendas para cumprir a referência definida pelo plano da OPAS para eliminar as gorduras trans produzidas industrialmente e pelo apelo da Organização Mundial da Saúde (OMS) para eliminar essas gorduras até 2023. O programa da OMS é conhecido como pacote de ação REPLACE.
Gorduras trans produzidas industrialmente encontradas em alimentos ultraprocessados
As gorduras trans produzidas industrialmente são encontradas em gorduras vegetais endurecidas, como margarina e ghee vegetal. Essas gorduras são usadas em produtos de panificação, alimentos fritos e muitos salgadinhos e produtos alimentícios ultraprocessados.
Globalmente, a melhor estimativa disponível usando uma abordagem analítica abrangente sugere que, em 2010, 537 mil mortes por doença coronariana foram atribuídas ao consumo de gorduras trans produzidas industrialmente. Das 160 mil mortes ocorridas nas Américas, 45% foram prematuras.
Fonte: https://www.paho.org