OPAS pede maior acesso ao diagnóstico e tratamento para crianças e adolescentes com câncer na América Latina e no Caribe
Como parte do Mês de Conscientização sobre o Câncer Infantojuvenil, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) pede a melhoria do diagnóstico e tratamento do câncer infantil, uma das principais causas de morte entre crianças e adolescentes nas Américas.
Os serviços de atendimento ao câncer infantil foram gravemente interrompidos quando a pandemia de COVID-19 começou, de acordo com uma pesquisa com oncologistas pediátricos em 20 países das Américas. Pacientes com câncer apresentam risco aumentado de desenvolver as formas mais graves e potencialmente fatais da COVID-19. Felizmente, esses serviços estão sendo retomados na maioria dos países da região.
Para fornecer uma visão geral da situação do câncer infantil que pudesse informar a tomada de decisão, a OPAS publicou perfis sub-regionais e perfis de 25 países da América Latina e o Caribe. Isso ilustra a carga de doenças, as taxas de sobrevivência atuais e a capacidade do sistema de saúde de melhorá-las.
Todos os anos, cerca de 280 mil crianças entre zero e 19 anos são diagnosticadas com câncer em todo o mundo, de acordo com o GLOBOCAN 2020, banco de dados da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC), da Organização Mundial da Saúde (OMS). Na América Latina e no Caribe, estima-se que haja pelo menos 29 mil crianças diagnosticadas e cerca de 10 mil morrerão, embora a maioria dessas mortes pudesse ser evitada.
“Um diagnóstico de câncer infantil não precisa mais ser uma sentença de morte”, disse Anselm Hennis, diretor de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS. “A ciência fez grandes avanços nos últimos anos e os métodos de diagnóstico e tratamento precoces e apropriados podem salvar vidas, mas precisamos que eles alcancem todos aqueles que precisam deles, e muitos estão sendo deixados para trás”, observou.
O câncer infantil inclui vários tipos de tumores. Os mais comuns são leucemia, câncer cerebral, linfoma e tumores sólidos, como neuroblastoma e tumor de Wilms, um câncer renal raro que afeta crianças.
As mortes evitáveis por câncer infantil ocorrem por falha no diagnóstico, diagnóstico incorreto ou tardio, dificuldade de acesso aos cuidados ou abandono do tratamento, entre outros.
A OPAS lançou um curso virtual (por enquanto apenas em espanhol) sobre diagnóstico precoce de câncer em crianças e adolescentes neste mês para melhorar as competências e habilidades dos profissionais da atenção primária, para que possam detectar precocemente e diagnosticar o câncer infantil em tempo hábil.
Dobrando a taxa de sobrevivência até 2030
Para atingir uma taxa de sobrevivência de pelo menos 60% em todo o mundo para crianças com câncer até 2030, a OMS está realizando a iniciativa “CureAll”, que na região é implementada pela OPAS sob o nome “CureAll Americas”. Globalmente, a taxa de cura é de 30%.
Doze países, incluindo Brasil, Costa Rica, República Dominicana, Equador, El Salvador, Guatemala, Panamá, Panamá, Haiti, Honduras, Peru e Paraguai, estão atualmente participando do “CureAll Americas”. Estão desenvolvendo ou fortalecendo seus planos nacionais de câncer infantil e expandindo o acesso a serviços de diagnóstico e tratamento com o apoio técnico da OPAS.
Para melhorar o acesso dos países aos tratamentos de câncer, a OPAS, por meio de seu Fundo Estratégico, está atualmente consolidando a demanda regional por medicamentos essenciais contra o câncer infantil ou seus biossimilares de qualidade a preços mais acessíveis.
Fonte: https://www.paho.org