Ministério da Saúde promove webinário para reforçar importância do combate à Poliomielite
Taxas de vacinação contra a doença estão em queda desde 2019
24 de outubro é o Dia Mundial de Combate à Poliomielite. A única forma de prevenir a doença, que foi erradicada no Brasil em 1989, é vacinar crianças menores de cinco anos de idade. Para lembrar da importância de manter altas e homogêneas coberturas vacinais para poliomielite, o Ministério da Saúde realizará, no dia 26 de outubro, um webinário com a participação de especialistas.
Todos os profissionais gestores da saúde, pesquisadores e a população em geral estão convidados a participar do encontro virtual. O evento é uma oportunidade do Programa Nacional de Imunizações (PNI) mobilizar gestores e a sociedade quanto a cobertura vacinal para a pólio, uma atual preocupação para a pasta.
Apesar dos esforços do Governo Federal para manter em dia o calendário vacinal da população, foi apresentada queda considerável na procura aos postos de saúde devido à pandemia de Covid-19. Desde então, o Brasil não tem alcançado a meta de vacinar 95% do público-alvo para vacinação contra a doença.
Em 2019, a cobertura vacinal para poliomielite estava em torno de 84%; no ano de 2020, com o ápice da pandemia, esse número chegou a 76%. Em 2021, até o momento, a taxa caiu para 59,82%.
Vacinas
Atualmente, existem duas vacinas contra a poliomielite: a Vacina Oral Poliomielite (VOP) ou Sabin, também conhecida por ser a vacina da gotinha; e a Vacina Inativada Poliomielite (VIP) ou Salk, administrada por via intramuscular. As vacinas são conhecidas pelos nomes dos cientistas Jonas Salk e Albert Sabin, que desenvolveram as duas modalidades de imunizantes para a pólio.
Desde 2016, o esquema vacinal contra a poliomielite passou a ser de três doses da vacina injetável – VIP (dois, quatro e seis meses) e mais duas doses de reforço com a vacina oral bivalente (gotinha) – VOP (15 meses e quatro anos de idade). A mudança está de acordo com a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) e faz parte do processo de erradicação mundial da pólio.
Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual.
Campanha
Manter a vacinação de crianças e adolescentes em dia é um compromisso do Governo Federal. Pais e responsáveis têm papel fundamental nessa missão. Pensando nisso, o Ministério da Saúde promove a Campanha Nacional de Multivacinação de 2021. O objetivo é atualizar a caderneta de vacinação de crianças e adolescentes menores de 15 anos (14 anos 11 meses e 29 dias).
Entre as 18 vacinas disponíveis nos postos de vacinação, está a vacina contra a pólio, nas versões VIP e VOP. A campanha segue em todo Brasil até 29 de outubro com cerca de 45 mil postos de vacinação abertos para disponibilizar as vacinas que compõem o Calendário Nacional de Vacinação da criança e do adolescente.
Último caso
No Brasil, o último caso de infecção pelo poliovírus selvagem ocorreu em 1989, na cidade de Souza (PB). Assim, o Brasil recebeu o certificado de eliminação da pólio em 1994. A estratégia adotada para a eliminação do vírus no país foi centrada na realização de campanhas de vacinação em massa com a vacina VOP. A versão, de uso oral, propicia imunidade individual e aumenta a imunidade de grupo na população em geral, com a disseminação do poliovírus vacinal no meio ambiente, em um curto espaço de tempo.
Até que a poliomielite seja erradicada (como ocorreu com a varíola), existe o risco de um país ou continente ter casos importados. Chama-se a atenção para o risco de importação de casos de países onde ainda há circulação endêmica do poliovírus selvagem (Paquistão e Afeganistão). Com isso, reforça-se a necessidade de manter ações permanentes e efetivas de vigilância da doença e alto níveis de cobertura vacinal da população para evitar a volta da circulação do poliovírus no nosso país.
Os sinais e sintomas da poliomielite variam conforme as formas clínicas, desde ausência de sintomas até manifestações neurológicas mais graves. A poliomielite pode causar paralisia e até mesmo a morte, mas a maioria das pessoas infectadas não fica doente e não manifesta sintomas, deixando a doença passar despercebida.
Fonte: https://www.gov.br/saude