Avanços e limites éticos da genética clínica são tema de webinar
Os princípios e os conflitos éticos que permeiam o universo de pesquisas e práticas em genética clínica foram tema de webinar realizado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) na noite do dia 29 de junho. Transmitido pelo YouTube (assista aqui), o evento recebeu como convidada a doutora em bioética Natália Oliva Teles.
Esse foi o segundo webinar organizado pelo CFM sobre bioética no ano de 2021. A primeira edição tratou sobre os desafios éticos e bioéticos pós-pandemia (assista aqui) e contou com a participação do professor Rui Nunes, catedrático da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto (Portugal) e editor científico-honorário da Revista Bioética.
Coordenando os trabalhos do webinar, a conselheira Tatiana Giustina, 2ª secretária do CFM e editora geral da Revista Bioética, abriu o evento chamando atenção para uma tensão permanente que existe entre a moralidade cívica, que garante a sobrevivência da ordem social, e a moralidade individual, que expressa a liberdade do indivíduo e dá valor à sobrevivência de outro.
Debates – Por quase uma hora, Natália Teles, especialista em genética pela European Board Medical Genetics, apresentou recomendações quanto à integridade e ao aprimoramento moral na pesquisa biomédica destacando dois marcos importantes: a descoberta do DNA, em 1953; e o Projeto Genoma Humano, de 1990.
A palestrante, que também é editora científica assistente honorária da Revista Bioética do CFM, defendeu que os princípios éticos aplicam-se em genética médica diariamente, “nomeadamente antes da execução de testes genéticos ou do estabelecimento de um diagnóstico, através de uma consulta de especialidade em que se oferece aconselhamento genético, na obtenção de um consentimento informado, livre e esclarecido para atos médicos ou estudos investigacionais, ou quando se mantém a confidencialidade dos dados pessoais e clínicos recolhidos”.
Para ela, a aplicação desses princípios, a multidisciplinaridade das equipes dos serviços de genética médica e a articulação dos seus membros com os diversos investigadores dos laboratórios de investigação científica “tem-se revelado uma importante mais-valia para o desenvolvimento da medicina translacional, o avanço do conhecimento e, sobretudo, para ganhos em saúde”.
Fonte: https://portal.cfm.org.br