Com apoio da OPAS, Ministério da Saúde do Brasil lança plano de vacinação nas fronteiras
Com apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Ministério da Saúde do Brasil lançou neste sábado (7), em Tabatinga, no estado do Amazonas, o Plano de Ação “Estratégia de Vacinação nas Fronteiras” de 2022, que vai ampliar a cobertura vacinal em 33 cidades gêmeas brasileiras (cortadas pela linha de fronteira com outros países) em 10 estados – Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Rondônia, Roraima e Santa Catarina. Países que fazem fronteira com o Brasil serão convidados a aderir à iniciativa.
Com a estratégia, o Ministério da Saúde pretende disponibilizar o serviço de vacinação para as populações fronteiriças e melhorar os índices de vacinação nesses municípios e, com isso, evitar novos casos e a reintrodução de doenças imunopreveníveis no país. A vacina tríplice viral (sarampo, caxumba, rubéola) e os imunizantes contra poliomielite, febre amarela, COVID-19 e influenza serão priorizados e utilizados como indicadores de monitoramento e avaliação da estratégia.
A representante da OPAS e da OMS no Brasil, Socorro Gross, enfatizou que “as fronteiras são espaços especiais, pois há uma irmandade entre os países, onde as famílias se misturam.” Ressaltou que os problemas de saúde entre fronteiras são similares – assim como suas soluções. “Parabenizamos o Ministério da Saúde por esta estratégia. A saúde é a ponte para a paz, para o bem-estar e para a prosperidade, mas especialmente para que nós possamos crescer conjuntamente. Hoje estamos juntos pelas vacinas.”
De acordo com o diretor do Programa Sub-Regional da OPAS/OMS para a América do Sul, Pier Paolo Balladelli, o lançamento de um programa pelo Brasil dedicado à vacinação nas fronteiras é um marco importante para a saúde pública na região. “Para resolver os problemas de saúde nas fronteiras, precisamos de solidariedade. E as vacinas são hoje a forma mais custo-efetiva de investir o dinheiro em saúde”, afirmou.
Segundo o ministro da Saúde brasileiro, Marcelo Queiroga, a ampliação da capacidade de vigilância no país em razão da pandemia de COVID-19 fortaleceu ainda mais o Sistema Único de Saúde (SUS), o que gerou um impacto positivo nos países vizinhos. “Aumentamos o número de Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (Cievs) em quase três vezes: tínhamos 55 e hoje são 164. Isso é fundamental, sobretudo, nessa área aqui, que não é só para proteger o Brasil, mas a Colômbia, o Peru e todas as regiões de fronteira do nosso país”, declarou.
Também participaram do evento de lançamento da estratégia o subdiretor de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde da Colômbia, Iván Cárdenas, e o secretário de Saúde do Amazonas, Anoar Samad, além de autoridades locais.
No Brasil, há 588 municípios na faixa de fronteiras, que correspondem a 16,7% do território nacional. Dos 33 municípios selecionados para fazer parte do plano de ação, apenas 12% atingiram a meta de vacinação para a poliomielite e a tríplice viral em 2021; e apenas 6% para a vacina contra a febre amarela. O plano de ação segue até 10 de novembro deste ano.
Fonte: https://www.paho.org