Combinação tradicional no prato dos brasileiros é fundamental para a saúde dos idosos
Arroz com feijão é aquela combinação básica – e saborosa – já tradicional para os brasileiros.
O consumo desses alimentos é muito importante em qualquer fase da vida, especialmente para os idosos. Por isso, estimular uma alimentação saudável é uma das recomendações da nova edição do Protocolo de Uso do Guia Alimentar para a População Brasileira na Orientação Alimentar da Pessoa Idosa do Ministério da Saúde. Voltada a profissionais que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS), a publicação orienta quanto ao cuidado das pessoas com 60 anos ou mais.
A recomendação número um do protocolo é que os profissionais estimulem o consumo diário do prato típico dos brasileiros, preferencialmente no almoço e no jantar. O feijão é rico em fibras, proteínas e diversas vitaminas e minerais, que previnem carências nutricionais e distúrbios gastrointestinais, problemas comuns entre os mais idosos. Além disso, ao contrário do que o senso comum aponta, a combinação do arroz com feijão faz parte de padrões alimentares associados a menor ocorrência de obesidade e outras doenças crônicas não-transmissíveis.
O guia também traz orientações sobre tempo de cozimento para facilitar a digestão do feijão, além de opções de substituição de ingredientes, diminuindo o tempo e facilitando o preparo. O cuidado com a quantidade de sal e gorduras e de temperos industrializados é um dos alertas presentes na publicação.
Em caso de dificuldade de mastigação, é importante que se aumente o tempo de cozimento do arroz e do feijão para ficarem mais macios. E que tal incluir verduras e legumes no feijão para deixá-lo ainda mais saboroso e nutritivo?
A coordenadora de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Gisele Bortolini, faz um alerta. “Sabemos que, em 2019, mais de 87% dos idosos brasileiros consumiram feijão no dia anterior, mostrando que é uma refeição realizada pelos idosos. No entanto, nós observamos um consumo considerado elevado de alimentos embutidos e de bebidas adoçadas, como refrigerantes e sucos artificiais”, afirma.
Consumo de frutas, legumes e verdura.
Dados da Pesquisa de Orçamento Familiar 2017-2018 mostram que, entre os idosos, embora eles tenham padrão de consumo alimentar caracterizado pelo consumo de alimentos in natura, há uma insuficiente ingestão de frutas, verduras e legumes. O consumo desses alimentos, no entanto, é muito importante, pois eles são ricos em vitaminas, minerais e fibras.
Dentre as recomendações do Protocolo de Uso do Guia Alimentar para a População Brasileira na Orientação Alimentar da Pessoa Idosa, está a inclusão dos legumes em saladas cruas e em preparações quentes, como cozidos, refogados, assados, gratinados, empanados e ensopados.
Também é possível incluir verduras e legumes em preparações culinárias, como omelete com legumes, arroz com legumes, feijão, bolinho de espinafre e tortas.
Atlas da situação alimentar do idoso De um total de 2.626.017 idosos acompanhados na Atenção Primária à Saúde no ano de 2019, 320.232 (12,19%) apresentaram baixo peso e 1.349.053 (51,37%) apresentaram sobrepeso. Os números demonstram a transição nutricional dos idosos, na qual ainda há a prevalência de desnutrição, porém com valores maiores relacionados ao excesso de peso.
Dentre os homens acima de 60 anos acompanhados na Atenção Primária à Saúde, 44,70% apresentaram sobrepeso. Já entre as mulheres com mais de 60 anos, 55,15% estavam acima do peso.
Acesse aqui o atlas sobre a situação alimentar e nutricional da população idoso no Brasil.
Década do Envelhecimento Saudável O enfrentamento da desnutrição ou da obesidade na população idosa mundial é uma das missões estabelecidas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para apoiar a Década do Envelhecimento Saudável (2020-2030). No Brasil, o Ministério da Saúde desenvolve ações por meio da Política Nacional de Saúde da Pessoa Idosa (PNSPI).
Mais do que orientar sobre a importância da alimentação saudável, a meta da PNSPI é recuperar, manter e promover a autonomia e a independência dos indivíduos idosos, direcionando medidas coletivas e individuais de saúde.
Clique aqui para conhecer a situação alimentar e nutricional do seu município, estado e região, por meio do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (Sisvan).
Fonte: https://www.gov.br/saude