Debate sobre Covid-19 é apresentado na 5ª edição do Lab Talk
Especialistas informam sobre transmissão aérea do novo coronavírus, máscaras e tecnologias de proteção
Dando continuidade à segunda parte do bate-papo sobre a transmissão aérea da Covid-19, máscaras e novas tecnologias de proteção, a Fundacentro realiza a 5ª edição do Lab Talk, live sobre inovação em segurança e saúde no trabalho (SST).
Segundo dados do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), em 31 de maio, foram registrados no Brasil, 16,5 milhões de casos de contaminação por coronavírus SARS-CoV-2, sendo 462 mil óbitos em decorrência da Covid-19. No início da pandemia, considerava-se predominante a forma de contágio por gotículas. Atualmente, estudos apontam que o novo coronavírus é transmitido também pelo ar.
A pesquisadora da Fundacentro, Érica Lui Reinhardt, cita que em 07/05/2021, o Center for Disease Control and Prevention – CDC informou as três maneiras de exposição ao vírus: inalação de ar contendo gotículas muito finas e aerossóis contendo vírus; deposição de gotículase partículas nas mucosas de nariz, boca e olhos e, por fim, tocar essas mucosas com as mãos sujas por materiais contendo o vírus ou tocar em superfícies também contaminadas.
Ainda sobre o estudo, a pesquisadora ressalta que “a concentração do vírus no ar vai decrescer à medida que a pessoa se afasta da fonte contaminada”. Completa que ocorre uma diminuição progressiva da viabilidade e transmissibilidade com esse afastamento e com a passagem do tempo devido à ação de fatores ambientais sobre o vírus, como a radiação ultravioleta.
Espaços fechados e ventilação
De acordo com o CDC, os fatores que aumentam o risco de infecção do novo coronavírus incluem os espaços fechados com ventilação ou tratamento de ar inadequado, onde gotículas muito finas e aerossóis podem se acumular no espaço aéreo; quando há maior exalação de gotículas e aerossóis por pessoas realizando esforço físico ou levantando a voz (ao se exercitar, gritando ou cantando); e se há exposição prolongada a essas condições, normalmente a partir de 15 minutos.
Por isso, as transmissões aéreas de aerossóis que ficam suspensos no ar são disseminadas em ambientes fechados, com má ventilação e permanência por um longo período no ambiente. “Em todos os locais que houver um número grande de pessoas, pode ocorrer o risco de contrair o novo coronavírus. Já a ‘hierarquia de controle’ confere um ambiente mais limpo, ventilado, iluminado e, principalmente, com menor número de pessoas”, salienta a doutora em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo.
Sarampo e Covid-19
Além de serem transmitidas pelo ar, especialistas informam que tanto o sarampo quanto o coronavírus são doenças com sintomas parecidos, pois no início das duas doenças as pessoas ficam com mal estar, dor muscular, coriza, tosse e dor de garganta.
Durante o bate-papo, Érica explica que “embora o sarampo seja mais transmissível e contagioso, isto pode variar de agente para agente. No caso do coronavírus, uma boa parte das infecções não é percebida pelas pessoas”. Completa que existem pessoas que podem contrair o coronavírus, mas não desenvolvem os sintomas – elas são chamadas de assintomáticos. Por outro lado, a Organização Mundial da Saúde (OMS) informa que essas pessoas podem não ter os sintomas, mas elas transmitem a doença.
Ar-condicionado e Covid-19
A pesquisadora explica que, para a utilização de condicionadores de ar nos ambientes hospitalares e em outros ambientes fechados públicos, é obrigatório seguir um programa específico para manutenção do aparelho para evitar doenças respiratórias. E essa medida é ainda mais importante agora, neste momento de pandemia.
Comenta ainda que desde 1998 o Brasil aprovou legislação para a manutenção de instalações e equipamentos de sistemas de climatização de ambientes. Atualmente, está em vigor a Lei nº 13.589, de 4 de janeiro de 2018, que obriga execução do Plano de Manutenção Operação e Controle (PMOC) a todos os edifícios de uso público e coletivo que possuem ambientes de ar interior climatizado artificialmente e também, aos ambientes climatizados de uso restrito, tais como aqueles dos processos produtivos, laboratoriais, hospitalares e outros. A pesquisadora cita a Resolução 9, de 16/01/2003, do Ministério da Saúde, que determina a publicação de orientação elaborada por grupo técnico, sobre padrões referenciais de qualidade do ar interior.
Durante a apresentação da pesquisadora, Érica informa sobre a sua participação no Simpósio Ebserh de Segurança do Paciente, em 2020. Assista ao vídeo em: Novas perspectivas para Saúde e Segurança dos Profissionais após a Pandemia da Covid-19.
Máscara
O tecnologista da Fundacentro José Damásio de Aquino explica quais são os materiais utilizados na confecção das máscaras caseiras e das máscaras conhecidas como PFF2 (Peça Semifacial Filtrante para partículas) ou N95. Essa máscara é usada por profissionais de muitos setores industriais, incluindo os da saúde, e consegue reter gotículas e partículas dispersas em aerossóis.
Damásio comenta que o tempo de utilização da máscara, seja hospitalar ou por outra instituição, é definido pelo responsável pelo Programa de Proteção Respiratória (PPR). Informa que usar uma máscara cirúrgica por cima da PFF2 não altera significativamente a capacidade de filtração.
“A PFF2 possui eficiência mínima de 94% (penetração máxima de 6%). Usar a máscara cirúrgica por cima dela irá proteger apenas o respirador, além de fazer com que o usuário faça mais força para respirar. Recomenda-se não utilizar mascará PFF2 com válvula de exalação, se a intenção for utilizá-la para proteção contra a COVID-19”, informa o doutor em Saúde Pública pela USP. Como exemplo, Damásio passa o vídeo: New Airflow Videos Show Why Masks With Exhalation Valves Do Not Slow the Spread of COVID-19.
Finep
O economista e analista de projetos, Álvaro Reis, informa sobre a Finep, empresa pública do Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), aprovou linhas de crédito para o desenvolvimento de tecnologias para o combate à Covid-19.
Durante o bate-papo, os especialistas falaram sobre as medidas de prevenção da Covid-19 que englobam lavar as mãos, utilização da máscara bem ajustada ao rosto de cada pessoa, distanciamento físico, boa ventilação nos ambientes e não permanecer em ambientes lotados.
O programa foi apresentado pela diretora de pesquisa aplicada Erika Benevides, e pela chefe do Centro Regional Sudeste II (RJ), Adriana Hilu, ambas da Fundacentro.
A live completa está disponível no canal da Fundacentro no YouTube: 5ª edição do Lab Talk.
Leia e assista ao 4ª edição do Lab Talk- Disseminação aérea e inovações no enfrentamento do novo coronavírus são temas de nova edição do Lab Talk da Fundacentro.