Dezembro Vermelho lembra importância de combater a transmissão do HIV
Números de novas infecções pelo vírus e adoecimento por Aids caiu em 2020 comparando-se com quatro anos anteriores
A Aids é uma doença grave, que ainda não tem cura, e se expande entre a população. Sem um tratamento adequado, a enfermidade, que precisa ser combatida, pode causar a morte. No Distrito Federal, a tendência nos últimos anos foi de redução do diagnóstico de novos casos de HIV e adoecimentos e óbitos por Aids. A queda revela a procura pelo diagnóstico precoce e adesão ao tratamento. Os dados foram apresentados durante coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (25), dando início à campanha Dezembro Vermelho, voltada para reforçar o cuidado contra o HIV e a Aids.
“Aqui no Distrito Federal nós temos diagnosticado precocemente as pessoas vivendo com HIV e essas pessoas estão se tratando e não estão desenvolvendo a forma mais grave da doença que é a Aids”, revela a gerente de Vigilância de Infecções Sexualmente Transmissíveis, Beatriz Maciel Luz.
Apesar de não assustar como nos anos 80 e 90, quando não havia tratamentos com a eficácia dos atuais, os números não podem ser desprezados: em 2020, foram 690 novos casos registrados no Distrito Federal, além de 96 óbitos. Em 2021, até o momento, foram 581 contaminações confirmadas e 76 óbitos – número que ainda pode sofrer alteração. De 2016 a 2020, foram diagnosticados, em média, 701 casos por ano e, no mesmo período, 306 novos casos de Aids. Já os óbitos por Aids, a média nesses cinco anos foi de 105 óbitos.
Em todo o Brasil, estima-se que existam 920 mil pessoas vivendo com o vírus da Aids. O problema é que cerca de 11%, ou mais de 100 mil pessoas, podem estar contaminadas com o vírus e não sabem. Em todo o País foram 41.909 novas infecções confirmadas em 2019, ano que registrou também 10.565 óbitos.
Prevenção
A Secretaria de Saúde do DF atua desde o fornecimento gratuito e livre de preservativos nas unidades de saúde até o tratamento dos pacientes. Entre as principais ações também estão a possibilidade de realizar nos postos de saúde a testagem do vírus HIV e de outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs), como sífilis e hepatite.
Os prontos-socorros da rede hospitalar e as unidades de pronto atendimento (UPAs) também fornecem os medicamentos da Profilaxia Pós-Exposição (PEP), para pessoas que tiveram exposição sexual consentida, por violência sexual, exposição a materiais perfurocortantes contaminados.
Já a Profilaxia Pré-Exposição (PrEP) é voltada para pessoas com risco aumentado de adquirir a infecção, como parceiros de pessoas contaminadas com HIV, trabalhadores (as) do sexo, indivíduos com episódios frequentes de infecções sexualmente transmissíveis, pessoas trans, gays, homens que fazem sexo com homens e quem costumeiramente tem relações sexuais sem proteção.
Teste de HIV é oferecido em toda a rede pública de saúde – Foto: Breno Esaki/Agência Saúde-DF
Desde o dia 1º de setembro, a PrEP passou a ser dispensada para pacientes com prescrição médica da rede privada. na época, o Ministério da Saúde elegeu o Distrito Federal como uma das unidades federativas piloto do Projeto “PrEP na Saúde Suplementar”.
A Profilaxia Pré-Exposição ao HIV consiste no uso de antirretrovirais (ARV) para reduzir o risco de adquirir a infecção pelo HIV. Essa estratégia mostrou-se eficaz e segura em pessoas com risco aumentado de adquirir a infecção.
A PrEP faz parte das estratégias de prevenção combinada do HIV. Dentro do conjunto de ferramentas da prevenção combinada, inserem-se também: testagem para o HIV; Profilaxia Pós-Exposição ao HIV (PEP); uso regular de preservativos; diagnóstico oportuno e tratamento adequado de infecções sexualmente transmissíveis (IST); redução de danos; gerenciamento de vulnerabilidades; supressão da replicação viral pelo tratamento antirretroviral; imunizações.
Saiba mais sobre a PrEP aqui.
Tratamento
Para quem foi diagnosticado com a doença, a rede pública possui uma rede de serviços ambulatoriais especializados: Centro Especializado em Doenças Infecciosas (Cedin – antigo Hospital Dia, na 508 Sul); policlínicas de Taguatinga, Planaltina, Paranoá, Gama, Lago Sul e Ceilândia; ambulatórios do HRC, HRS, HUB e HBDF.
“Nós fornecemos fórmula infantil a todas as crianças filhos de mulheres com HIV. A criança nasce e já sai do hospital com a fórmula, porque a mãe não pode alimentá-la por ser uma via de transmissão”, explica Beatriz Maciel.
O tratamento adequado, e no momento oportuno, têm possibilitado que 92% dos pacientes com HIV/Aids em tratamento no DF estejam atualmente com carga viral indetectável, reduzindo a chance de desenvolverem infecções oportunistas ou até mesmo de transmitirem para outra pessoa. Por isso, hoje em dia o tratamento também é sinônimo de prevenção.
Mais informações e o boletim epidemiológico podem ser acessados aqui.
Fonte: https://www.saude.df.gov.br