Dia Mundial de Combate ao Câncer alerta para a importância do diagnóstico precoce
Mais de 2 mil pessoas foram diagnosticadas com a doença pela rede pública do DF, no ano passado
Hoje, 4 de fevereiro, é o Dia Mundial de Combate ao Câncer. A data alerta para a importância de aumentar a conscientização e a prevenção. No ano passado, 2.394 pacientes foram diagnosticados com tumores cancerígenos pela rede pública do Distrito Federal, que oferece serviços para o diagnóstico e tratamento.
Referência Técnica Distrital (RTD) em oncologia clínica, o médico Gustavo Ribas destaca que a a data é fundamental para promover o hábito de realizar exames de rastreamento, como o citopatológico, conhecido como papanicolau, a mamografia, o PSA, ou Antígeno Prostático Específico, e o exame do toque. Também é importante a consulta regular. “O diagnóstico precoce possibilita tratamento com maior possibilidade de cura e reduz a mortalidade”, explica o médico.
O trabalho das equipes de saúde salva vidas, como a de Rafael Pugliezzi Silva, 38 anos. Morador de Valparaíso (GO), ele buscou a rede pública do DF após fortes dores nas costas e no abdômen. Internado no Hospital Regional de Santa Maria, recebeu o diagnóstico de câncer no testículo esquerdo, com metástase no pulmão e em membrana que recobre a superfície dos órgãos digestivos.
“Hoje eu estou aqui para dar o meu testemunho para quem está encarando o câncer, para dizer que não desistam, porque sempre podemos ter uma segunda chance”, diz. Além do Hospital Regional de Santa Maria, ele também foi atendido no Hospital de Base, onde passou por cirurgias, sessões de quimioterapia e de hemodiálise porque os rins pararam de funcionar durante o tratamento.
Rafael fez quimioterapia até 22 de dezembro de 2019 e a retirou o último nódulo em 14 de janeiro de 2020. No ano seguinte, foi a vez da cirurgia no pulmão. Até hoje ele faz acompanhamento de 3 em 3 meses no ambulatório do Hospital de Base. “O tratamento foi completo, desde os exames, as internações e, finalmente, as cirurgias”, relembra a esposa, Gizela Barbosa Pugliezzi.
O paciente passou por quimioterapia e cirurgia para retirada de tumores | Foto: Arquivo pessoal
Atendimento especializado
O Distrito Federal possui três hospitais de referência para o tratamento do câncer. São eles o Hospital Universitário de Brasília (HUB), o Hospital Regional de Taguatinga (HRT) e o Hospital de Base, atualmente sob gestão do Iges-DF. Nesses locais, os pacientes têm acesso à radioterapia e à quimioterapia. As sessões ocorrem nos ambulatórios e, em 2021, até novembro, foram 1.257 sessões de radioterapia e 40.680 sessões de quimioterapia realizadas.
Os hospitais também oferecem hormonioterapia, para casos de tumores no ovário e na mama, e terapia antiandrogênica, usada no tratamento de câncer na próstata, além da realização de cirurgias. No ano passado, 1.890 pacientes foram operados para a retirada de tumores na rede pública de saúde do Distrito Federal.
Melhorias
No enfrentamento à doença, uma conquista importante foi a entrada em operação do equipamento PET-CT no Hospital de Base, em outubro do ano passado. O aparelho faz o PETScan, um exame de imagem de última geração, importante para a avaliação do estágio da enfermidade. “É de extrema sensibilidade e especificidade para a detecção de tumores de forma mais abrangente, propicia um tratamento mais adequado e específico”, explica o RTD de oncologia. Desde a inauguração, foram realizados 100 exames.
O ambulatório de oncologia do HRT passou por ampliação e conta com mais cinco ambulatórios. “Isso impacta no aumento de consultas de primeira vez”, ressalta. As consultas oncológicas são agendadas pelo Complexo Regulador em panorama 3, o que significa que é uma fila única para todos os pacientes do Distrito Federal. Em 2021, até novembro, foram 56.431 consultas da especialidade.
Para ser encaminhado para uma consulta oncológica, é preciso ter diagnóstico prévio, obtido por meio do exame histológico, que é uma biópsia do tumor. “O paciente é avaliado, inicialmente, nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), que encaminham para a realização dos exames e, com o resultado, a pessoa é referenciada para a oncologia”, detalha o médico.
Óbitos
Em 2021, a Secretaria de Saúde registrou 2.367 óbitos causados por câncer. A doença foi, pelo segundo ano consecutivo, a terceira maior causa de mortes identificadas pela rede pública de saúde. Em 2020, foram registrados 2.756 óbitos pela doença.
Fonte: https://www.saude.df.gov.br