Diretora da OPAS reassegura aos países que vacinas contra COVID-19 são eficazes mesmo com variantes de preocupação
No entanto, Etienne observou que “muito poucos lugares estão se beneficiando de todo o potencial das vacinas, pois há uma enorme lacuna de acesso em nossa região”
A diretora da Organização Pan-Americana da Saúde, Carissa F. Etienne, reassegurou aos países que as vacinas contra a COVID-19 são eficazes mesmo com a circulação das novas variantes do vírus SARS-CoV-2 nas Américas.
“Até agora, a OPAS descobriu que o impacto das variantes de preocupação sobre a eficácia das vacinas contra a COVID-19 tem sido mínimo”, afirmou Etienne a repórteres em coletiva de imprensa.
No entanto, as variantes aumentam a necessidade de melhorar o acesso às vacinas na América Latina e no Caribe, acrescentou a diretora da OPAS. “Poucos lugares estão se beneficiando de todo o potencial das vacinas, pois há uma enorme lacuna de acesso em nossa região. Isso é inaceitável e o surgimento de variantes torna ainda mais urgente que aceleremos o fornecimento para os locais com maior transmissão.”
Etienne acrescentou que a OPAS acompanha as variantes do vírus causador da COVID-19 desde junho de 2020, quando criou a Rede Regional de Vigilância Genômica, que compartilhou mais de 52 mil sequências virais da América Latina e do Caribe e continua monitorando variantes de preocupação em 43 países e territórios que detectaram a variante Alfa.
Até o momento, 18 países notificaram casos da variante Beta; 29 países registraram casos da variante Gama; e 14 notificaram casos da variante Delta, incluindo Argentina, Aruba, Brasil, Canadá, Chile, Guiana Francesa, Guadalupe, Martinica, México, Porto Rico, Estados Unidos, Barbados, Peru e São Martinho, detalhou Etienne.
Voltando-se ao aumento contínuo de casos de COVID-19 nos países da América Latina e do Caribe, a diretora da OPAS disse que os países das Américas notificaram apenas na semana passada 1,1 milhão de novas infecções por COVID-19 e 30 mil mortes, elevando a contagem total de casos para mais de 72 milhões e de mortes para quase 1,9 milhão.
“As interrupções nos serviços essenciais de saúde ainda são comuns na região, com 29 países relatando interrupções em quase metade de todos os serviços”, contou Etienne. “Apesar deste quadro preocupante, apenas uma em cada 10 pessoas na América Latina e no Caribe foi totalmente vacinada contra a COVID-19.”
O impacto da vacinação na saúde pública é inegável – e estamos vendo isso em locais com alta cobertura. À medida que mais pessoas são vacinadas, menos adoecem gravemente. Eventualmente, isso terá um impacto na transmissão, mantendo-nos todos seguros.”
Etienne abordou os novos desafios apresentados pelas novas temporadas na América Latina e no Caribe. “Agora pode não ser o momento ideal para viajar – especialmente em lugares com surtos ativos ou onde a capacidade do hospital pode ser limitada”, alertou. Os países que enfrentam a temporada de furacões devem reforçar a “coordenação entre as equipes de saúde pública, proteção civil e emergência que podem ser chamadas a agir em caso de tempestade”.
A diretora da OPAS pediu aos países que usem sistemas de alerta eficazes e considerem equipar hospitais e expandir abrigos para reduzir o potencial de transmissão, inclusive entre membros de famílias, uma vez que o distanciamento social e a ventilação adequada se tornarão ainda mais difíceis no contexto de uma tempestade.
No Hemisfério Sul, onde a temporada de influenza começou, os países devem reforçar os sistemas de vigilância para monitorar a propagação de vírus respiratórios, incluindo o causador da COVID-19, e se concentrar nas medidas comprovadas de saúde pública, como lavar as mãos e usar máscaras. Etienne observou que mais de 13 países iniciaram campanhas de vacinação contra a gripe sazonal e mais de 80 milhões de pessoas já foram protegidas. “Mas ainda temos muito a fazer para limitar a transmissão da COVID-19 e outras doenças respiratórias.”
Etienne também agradeceu aos Estados Unidos por suas doações de vacinas para a América Latina e o Caribe, dizendo que espera que outros países façam o mesmo “para que possamos expandir o acesso às vacinas o mais rápido possível”.
Fonte: https://www.paho.org