Distrito Federal contrata 1.080 profissionais da saúde no mês de julho
De janeiro a julho, saldo de novas vagas no setor saúde chegou a 8.968, de acordo com o mais recente Boletim do ISMEP e do SBH
O setor saúde encerrou mais um mês com saldo positivo de contratações no Brasil e no Distrito Federal. Ao todo, o país abriu 10.541 novas vagas em julho — dessas, 2.029 foram registradas no Centro-Oeste e 1.080 no DF. No acumulado do ano (janeiro a julho), 165.626 trabalhadores foram admitidos no Brasil, sendo 19.701 no Centro-Oeste e 8.968 no DF. Os dados são do mais recente Informativo Saúde Relações do Trabalho no Distrito Federal, desenvolvido pelo Sindicato Brasiliense dos Hospitais (SBH) em parceria com o Instituto Santa Marta de Ensino e Pesquisa (ISMEP) com base no novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Novo Caged), realizado pelo Ministério da Economia (ME).
O DF contratou mais que todos os estados do Centro-Oeste, tanto em julho quanto no acumulado do ano. Enquanto o DF contabilizou 1.080 novos postos de trabalho em julho, Goiás contratou somente 799 profissionais, Mato Grosso 279 e Mato Grosso do Sul perdeu 129 postos. De janeiro a julho, 45,52% (8.968) das vagas abertas no Centro-Oeste foram no DF; 32,64% (6.432) no Goiás; 13,8% (2.720) no Mato Grosso e 8,02% (1.581) no Mato Grosso do Sul.
A pandemia de coronavírus é um dos fatores que influenciou a alta de contratações, segundo Danielle Feitosa, superintendente da SBH. “Além do aumento da demanda para atender o estado de emergência nacional de saúde pública provocada pela Covid-19, o setor da saúde, formado por 76% por trabalhadoras do sexo feminino, precisou afastar muitas grávidas e lactantes das suas atividades, independentemente de estarem em áreas insalubres ou não, então também houve um movimento para compensar o afastamento dessas profissionais”, explica.
Entretanto, o aumento de contratações na área da saúde deve-se não somente à demanda provocada pelo coronavírus. “Com a abertura do capital estrangeiro, em 2015, e com a promulgação do marco legal do setor, que permitiu a entrada de capital estrangeiro no Brasil, termos visto muitos IPO (“initial public offering” ou “oferta pública inicial” em português) no setor de saúde, o que tem possibilidade muitas fusões e aquisições. Nosso setor está muito aquecido nesse sentido. Todos os meses, são divulgas notícias no mercado de grandes grupo já estabelecidos na saúde e outros querendo entrar indo as compras no setor. Este movimento também tem contribuído para a geração de novas contratações no Brasil. Com a pandemia, a movimentação financeira em torno do setor de saúde aumentou absurdamente”, completa Daniella Feitosa.
Um levantamento realizado pela RGS Partners, boutique de M&As que atua em todas as fases desses processos, indica que o setor realizou 73 negociações somente em 2019 que somaram cerca de U$ 1.641 bilhão. No último ano, mesmo com os desafios da crise decorrente do avanço da covid-19, o país registrou 60 negócios. Essas operações movimentaram 1,088 bilhão de dólares.
O saldo de contratações na saúde ficou à frente de importantes segmentos econômicos no Distrito Federal. Em julho, a saúde contratou 1.080 pessoas, enquanto o comércio registrou 948 vagas e a construção 925. De janeiro a julho a saúde abriu 8.968 vagas, contra 5.555 da construção e 4.700 do comércio.
A maioria (777) dos contratados no DF em julho foram alocados em Atividades de Atenção à Saúde Humana. Outros 296 foram admitidos em Serviços de Assistência Social sem Alojamento e 7 em Atividades de Atenção à Saúde Humana integradas com Assistência Social (prestadas em residências coletivas e particulares). A divisão permaneceu a mesma para o acumulado do ano: 8.260 trabalhadores foram destinados a Atividades de Atenção à Saúde Humana; 674 para Serviços de Assistência Social sem Alojamento e 34 para Atividades de Atenção à Saúde Humana integradas com Assistência Social (prestadas em residências coletivas e particulares).
O setor de saúde é no ano de 2021 o principal gerador de postos de trabalho formais no Distrito Federal, de acordo com Clovis Queiroz, Diretor Executivo do ISMEP. “O setor da saúde do DF foi responsável por mais de 27% de todos os postos de trabalho celetistas criados no período de janeiro a julho em 2021. No quesito “estoque de trabalhadores”, que é quantidade de empregos no setor na atualidade, o setor de saúde ocupa a prestigiosa terceira colocação no DF, com 106.394 trabalhadores celetistas contratados, ficando atrás apenas do comércio (171.758) e das atividades administrativas e serviços completares do segmento econômico de serviços (147.705)”.
Atendimento hospitalar
No mês de julho, o Brasil registrou saldo de 3.750 oportunidades novas em atividades de atendimento hospitalar. Destas, 1.063 (28,3%) foram no Centro-Oeste e 622 (16,5%) no Distrito Federal. Do início do ano até julho, o país registrou saldo de 74.576 vagas, sendo 9.777 (13%) no Centro-Oeste e 5.237 (7%) no DF.
Novamente, o DF foi a região que mais contratou profissionais na área de atendimento hospitalar do Centro-Oeste, com 622 vagas preenchidas. Goiás (463) e Mato Grosso (142) aparecem em seguida, enquanto o Mato Grosso do Sul apresentou saldo negativo de 164 vagas neste período. No acumulado do ano, das 9.777 oportunidades registradas no Centro-Oeste, 5.237 (53,5%) foram para o DF, contra 2.903 (29,6%) no Goiás, 994 (10%) no Mato Grosso e 643 (6,5%) no Mato Grosso do Sul.
As mulheres ocuparam 428 das 622 vagas abertas nesta área em julho. No acumulado do ano, as profissionais do sexo feminino também representaram a maioria, ocupando 4.097 dos 5.237 postos abertos. A maioria (413) dos 622 profissionais contratados em julho possuíam ensino superior completo. Já no acumulado do ano, grande parte (2.784) dos 5.237 trabalhadores contava com ensino médio completo.
Entre os profissionais de nível técnico contratados de janeiro a julho deste ano, 2.153 preencheram vagas de Técnico e Auxiliar de Enfermagem. Os Enfermeiros foram os trabalhadores com nível superior mais contratados neste período, ocupando 825 postos.
Perfil dos contratados
Grande parte (71,2%) dos 1.080 trabalhadores admitidos em julho no DF eram do sexo feminino. No acumulado do ano, a tendência se repetiu: 6.929 (77%) dos 8.968 postos abertos foram ocupados por mulheres. A maior parte dos trabalhadores contratados em julho e no acumulado do ano está na faixa etária dos 30 a 39 anos.
Em julho, 552 (51%) dos profissionais admitidos no DF tinham ensino Superior Completo, 81 (7,5%) ensino Superior Incompleto e 334 (30,9%) ensino Médio Completo. De janeiro a julho, 3.385 (37,7%) dos 8.968 novos postos foram ocupados por trabalhadores com ensino Superior Completo; 372 (4,14%) por trabalhadores com ensino Superior Incompleto e 4.782 (53,3%) com ensino Médio Completo.