Equidade deve estar no centro das iniciativas para lidar com saúde e mudanças climáticas, afirma diretora da OPAS
No Dia Mundial da Saúde, Etienne se reuniu com representantes do Departamento de Saúde e Serviços Humanos dos EUA para discutir mudanças climáticas e saúde
Com a existência de riscos ambientais como poluição do ar, saneamento/sistema de esgoto inadequado e eventos climáticos extremos responsáveis por cerca de um milhão de mortes prematuras nas Américas, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, pediu por políticas e intervenções focadas em equidade.
Aqueles que vivem em situação de pobreza, em condições precárias de habitação e os povos indígenas correm maior risco devido a eventos climáticos mais severos e são mais propensos a não ter capacidade de mitigação de riscos ambientais ou de saúde, declarou Etienne nesta quinta-feira (7) em um debate em comemoração ao Mundial Dia da Saúde.
O evento, organizado pelo Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HSS) dos Estados Unidos, também contou com a presença de Loyce Pace, subsecretária de Assuntos Globais do HSS; Melanie Nagakawa, diretora principal de Clima e Energia do Conselho de Segurança Nacional; e Helen Bond, professora associada da Universidade Howard.
A diretora da OPAS destacou que não apenas os eventos climáticos extremos podem aumentar a prevalência de doenças e causar lesões e mortes, mas a mudança climática também pode afetar a saúde devido à insegurança alimentar e hídrica, migração e impacto na saúde mental.
“Não se enganem sobre isso, as mudanças climáticas podem atrapalhar a realização dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e da saúde universal”, disse Etienne.
A diretora da OPAS também enfatizou a importância de uma abordagem de todo o governo e toda a sociedade para lidar com questões relacionadas à mudança climática e equidade em saúde. “Precisamos garantir que as iniciativas, políticas e intervenções sejam centradas nas pessoas, alcance a todos, independentemente de onde residam”, acrescentou.
À medida que as Américas iniciam o longo caminho para a recuperação da pandemia de COVID-19, Etienne pediu aos países que reflitam sobre as “milhões de pessoas que foram deixadas para trás” devido à falta de acesso às vacinas contra a COVID-19. “Devemos fazer esforços extraordinários para garantir que os mais desfavorecidos e vulneráveis não sejam deixados para trás ou deixados de fora da agenda de mudanças climáticas e saúde.”
O Dia Mundial da Saúde é comemorado no dia 7 de abril de cada ano para marcar o aniversário de fundação da Organização Mundial da Saúde (OMS) em 1948. O tema para 2022 é “Nosso planeta, nossa saúde” e tem o objetivo de aumentar a conscientização sobre a ligação entre saúde e desafios ambientais, como as mudanças climáticas.
Fonte: https://www.paho.org