Estudo analisa interação entre COVID-19 e arboviroses
Pesquisa quer avaliar em escalas para determinar quais fatores configuram maior vulnerabilidade às populações
Um grupo de pesquisadores do Maranhão se propõe a avaliar a interação entre a COVID-19 e arboviroses, ou seja, doenças virais transmitidas por mosquitos, como dengue, zika e chikungunya. O estudo é de professores da Universidade Ceuma, em São Luís, e foi selecionado no Programa de Desenvolvimento da Pós-Graduação (PDPG) na Amazônia Legal.
O projeto vai avaliar essa interação em diferentes escalas — individuo, cidade e região —, determinando quais atributos, ambientais ou individuais, representam maior risco às populações. Quatro programas de pós-graduação (PPGs) da universidade, que tinham projetos separados, juntaram forças para realizar o estudo. São eles Biologia Microbiana, Meio Ambiente, Gestão de Programas e Serviços em Saúde e Odontologia.
“Os resultados obtidos permitirão aprofundar o conhecimento sobre o comportamento imunológico de populações em função do coronavírus, bem como subsidiarão a gestão pública no enfrentamento de eventos epidemiológicos simultâneos de COVID-19 e arboviroses”, diz Ceci Nunes Carvalho, coordenadora de Pesquisa da Universidade Ceuma.
Luís Cláudio Nascimento, coordenador do PPG em Biologia Microbiana da Ceuma, explica que será feita uma análise retrospectiva para determinar possíveis casos de coinfecção entre COVID-19 e as arboviroses. O estudo também inclui triagens sorológicas, para determinar quais pacientes diagnosticados com a COVID-19 já haviam sido infectados por algum arbovírus. “Determinados esses grupos, avaliaremos a resposta imunológica desses indivíduos em amostras de sangue e de saliva”, afirma.
As escalas vão desde o olhar microscópico, em laboratório, até o de satélites. Essa parte será liderada por Fabrício Brito Silva, pró-reitor de Pós-Graduação, Pesquisa e Extensão da Universidade. “Outra questão em aberto é se diferentes populações possuem diferentes comportamentos epidemiológicos frente à ocorrência simultânea de doenças como arboviroses e COVID-19”, observa. “Dados epidemiológicos e dados ambientais, bem como técnicas de geoprocessamento, serão utilizados para a avaliação de padrões espaciais de desenvolvimento epidemiológico das arboviroses e COVID-19”, continua.
O projeto está em fase de implementação de bolsas de mestrado e doutorado. Há, portanto, um longo caminho a trilhar. Mas o planejamento já existe. “Esses resultados, em conjunto, permitirão elucidar questões imunológicas relacionadas à COVID-19, bem como permitirão o aprimoramento de políticas públicas adequadas para minimizar a vulnerabilidade da população amazônica”, afirma Rita de Cássia Miranda, coordenadora-adjunta do PPG em Meio Ambiente da Universidade Ceuma.
PDPG Amazônia Legal
O PDPG na Amazônia Legal vai incentivar o desenvolvimento dos programas de pós-graduação em áreas estratégicas na região da Amazônia Legal. Serão oferecidas 488 bolsas: 130 para mestrado, 90 para doutorado e 268 para pós-doutorado. O investimento em cada projeto será de R$627,2 mil, dos quais R$200 mil são destinados ao custeio. A Amazônia Legal corresponde a 59% do território brasileiro e engloba nove estados: Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins e o Maranhão.
A seleção considerou como áreas estratégicas a Biotecnologia, Biodiversidade, Conservação e Recuperação Ambiental, Saúde Pública, Doenças Tropicais e Tecnologias para o Trabalho em Saúde, Combate e Prevenção Voltados ao Enfrentamento de Epidemias, Engenharias, Tecnologia de Informação e Comunicação, Clima, Energia e Recursos Hídricos, Produção Animal e Vegetal Sustentável, e Diversidade Sociocultural, Sustentabilidade e Atividades Socioeconômicas.
Assessoria de Comunicação Social do MEC com informações da CCS/CAPES.
Fonte: https://www.gov.br/mec