Governo federal visita fábrica de insumos veterinários para avaliar a possibilidade de produção de vacinas brasileiras
Laboratório possui tecnologia de biossegurança nível 3, exigida para pesquisas de manipulação do SARS Cov2
Com o compromisso de ampliar ainda mais a campanha de vacinação contra a Covid-19 no Brasil, comitiva do governo federal visitou, na quarta-feira (19), uma fábrica de insumos veterinários que possui potencial para se tornar um dos novos produtores de vacinas contra a Covid-19. Participaram do evento representantes dos ministérios da Saúde (MS), da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), na ocasião representado pelo assessor especial do MCTI, Márcio Migon.
A comitiva conheceu as instalações da indústria e conferiu o potencial de produção do complexo. Localizada na cidade de Cravinhos (SP), Ouro Fino é uma das indústrias farmacêuticas da medicina veterinária que possui tecnologia de biossegurança nível 3+ (reconhecido pela Organização Internacional de Saúde Animal). A empresa inaugurou recentemente uma planta de produção de vacinas com proteínas recombinantes, com o apoio reembolsável da FINEP, empresa pública do MCTI. Com mais de 180 mil m², a fábrica produz mais de 80 milhões de doses da vacina contra a febre aftosa por ano.
Em abril, o Senado Federal aprovou o Projeto de Lei 1343/2021, de autoria do senador Wellington Fagundes (PL/MT), que autoriza fábricas de produtos de uso veterinário a produzirem o imunizante contra a Covid-19. O PL está em análise pela Câmara dos Deputados. Ainda que o projeto seja aprovado no Congresso Nacional, as indústrias com potencial de reconversão, dentre elas a Ouro Fino, dependerão ainda, da realização de investimentos que levem à Certificação de Boas Práticas concedida pela Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa), e da transferência de tecnologia que será acordada com os centros de pesquisa nacionais integrantes da RedeVírus MCTI.
“O setor do agronegócio é estratégico, reconhecido mundialmente, e o aspecto sanitário é a prova de que cuidamos muito bem da saúde do animal. Essa fábrica possui uma tecnologia muito avançada de produção de vacinas, e as autoridades que fazem o controle sanitário, a exemplo da Anvisa, já vêm fazendo uma análise, junto com o Ministério da Saúde, para verificarmos a possibilidade de, no curto prazo, produzir vacinas neste parque industrial”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, durante a visita a mesma planta realizada em 21 de maio.
Segundo o Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (SINDAN), o setor tem capacidade instalada e detém a tecnologia necessária para produzir vacinas humanas. Além disso, conforme o SINDAN, a indústria veterinária pode produzir o Insumo Farmacêutico Ativo (IFA). A capacidade da cadeia de distribuição a frio que o SINDAN administra junto com o MAPA pode também vir a ser importante ativo em apoio ao Programa Nacional de Imunizações.
“O MCTI já vem financiando o desenvolvimento de 15 vacinas nacionais contra a Covid-19 sob a coordenação de pesquisadores da RedeVírus MCTI. Temos interesse em auxiliar este projeto de utilização de plantas que desenvolvem vacina animal para, após adequações, produzir imunizantes contra o coronavírus. Estamos à disposição para contribuir com todo o suporte científico, tecnológico e laboratorial necessário para esta iniciativa”, declarou o assessor do MCTI, Márcio Migon.
Fonte: https://www.gov.br/mcti