Hábitos alimentares refletem no peso e incidência de diabetes
No Brasil, em 2021, 57,2% da população adulta apresentaram excesso de peso e 34% informaram consumir frutas e hortaliças regulamente
O relatório da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico 2006 até 2021 (Vigitel), do Ministério da Saúde, publicado nesta semana, mostra a análise da evolução anual dos indicadores relacionados ao estado nutricional e ao consumo alimentar. O levantamento monitorou os números relacionados ao excesso de peso, obesidade, diabetes e outros fatores de risco que são responsáveis pela maior parte das doenças crônicas não transmissíveis.
O relatório do Vigitel apontou que a frequência de adultos com excesso de peso, entre 2006 e 2021, variou de 42,6%, em 2006, a 57,2% em 2021. A variação representa um aumento médio de um ponto percentual a cada ano. Em relação à obesidade, a frequência de adultos obesos aumentou no período entre 2006 e 2021, variando de 11,8%, em 2006, a 22,4% em 2021.
A frequência de adultos que consumiram regularmente frutas e hortaliças manteve-se estável no período, variando de 33,0%, em 2008, a 34,2% em 2021. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda a ingestão diária de pelo menos 400g de frutas e hortaliças, o que equivale, aproximadamente, ao consumo diário de cinco porções desses alimentos.
A frequência de adultos que afirmaram comer feijão em cinco ou mais dias da semana diminuiu no período entre 2007 e 2021, variando de 66,8%, em 2007, a 60,4% em 2021. Por outro lado, a frequência de adultos que disseram tomar refrigerantes em cinco ou mais dias da semana diminuiu, variando entre 30,9%, em 2007, e 14,0% em 2021.
Monitoramento
De acordo com o diretor do Departamento de Análise em Saúde e Vigilância das Doenças Não Transmissíveis do Ministério da Saúde (DASNT), Giovanny França, “o monitoramento contínuo de indicadores relacionados ao estado nutricional e ao consumo alimentar é imprescindível para a implementação e o acompanhamento de políticas públicas efetivas para a redução e o controle das DCNT, servindo de base para o acompanhamento das metas definidas no Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022 e na agenda 2030 dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável”.
Implantado em todas as capitais dos 26 estados brasileiros e no Distrito Federal, desde 2006, o Vigitel monitora a frequência e a distribuição dos principais determinantes das DCNT por inquérito telefônico. O inquérito compõe o Sistema de Vigilância de Fatores de Risco dessas doenças do Ministério da Saúde e, conjuntamente a outros relatórios, como os domiciliares e em populações escolares, amplia o conhecimento sobre as DCNT no país.
Fatores de risco
No Brasil, as DCNT foram responsáveis, em 2016, por 74% do total de mortes. De acordo com a OMS, um pequeno conjunto de fatores de risco responde pela maioria das mortes por essas doenças. São eles: o consumo alimentar inadequado, a inatividade física, o tabagismo e o consumo abusivo de bebidas alcoólicas.
A obesidade, caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura no corpo, configura-se tanto como uma doença crônica não transmissível, quanto como um fator de risco para outras doenças. De acordo com a OMS, em 2016, 1,9 bilhão de adultos estava com excesso de peso, e 650 milhões estavam com obesidade. Estima-se que, em 2019, o excesso de peso e a obesidade foram responsáveis por aproximadamente 8,8% do total de mortes no mundo e 12,6% no Brasil, caracterizando-se como uma das principais causas de óbitos, segundo o Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde.
Fonte: https://www.gov.br/saude