“Hoje é um dia histórico para o Brasil. Em breve deixaremos de importar e seremos produtores de vacinas”, afirma Marcos Pontes
Declaração ocorreu durante a assinatura do protocolo de intenções para implementação do Centro Nacional de Vacinas uma parceria do MCTI, governo de Minas Gerais e UFMG
Um dia histórico para o país. Foi assim que o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes definiu a parceria entre o MCTI, o governo de Minas Gerais e a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) para a construção do Centro Nacional de Vacinas CN Vacinas. Nesta quinta-feira (2), Marcos Pontes, o governador de minas, Romeu Zema e a reitora da UFMG, professora Sandra Regina Goulart Almeida assinaram o protocolo de intenções para implementação do Centro Nacional de Vacinas – CN Vacinas.
A intenção é tornar o Brasil autossuficiente na produção de insumos farmacêuticos e vacinas nacionais não precisando mais importar esses insumos de outras nações. O CN Vacinas será construído dentro do Parque Tecnológico de Belo Horizonte (BH-TEC) na capital mineira. A ideia é acelerar o desenvolvimento de vacinas, imunobiológicos e testes de diagnóstico para doenças humanas e veterinárias dentro do conceito One Health (Saúde Única), contribuindo assim para o Sistema Único de Saúde e desenvolvimento socioeconômico do país.
“Hoje é um dia histórico para o Brasil. O ponto de partida do Centro Nacional de Vacinas. Isso muda completamente a história do nosso país no desenvolvimento de vacinas. Na produção de tecnologia, coisa que nunca tivemos, na produção de insumos farmacêuticos com tecnologia nacional para depois partir para o envasamento e distribuição coisa que o Brasil faz muito bem”, afirmou o ministro.
Pontes ressaltou também a importância do Centro para a produção de vacinas de doenças negligenciadas no país como dengue, zika, chikungunya e febre amarela. “O CN Vacinas será um ponto de inflexão na história do nosso país. No combate às pandemias e na transformação do Brasil de um cliente de vacinas a ser um produtor de vacinas no desenvolvimento de tecnologias, no desenvolvimento e produção de insumos farmacêuticos gerando assim, conhecimento, empregos e nota fiscal ao nosso país”, avaliou.
O governador de Minas Gerais, Romeu Zema destacou a importância do projeto. “É uma satisfação enorme estar vivenciando este momento em que o nosso estado dá um passo muito importante, tanto para o nosso estado, quanto para o país. Teremos condições de produzir vacinas nacionais para distribuir no país e até para exportar. É uma parceria estratégica que ajudará a salvar milhões de vidas”, destacou.
A reitora da UFMG, Sandra Regina Goulart Almeida fez questão de ressaltar a competência dos cientistas envolvidos no projeto. “Os nossos pesquisadores da UGMG têm um trabalho de ponta na área de vacinas. Trabalho que a cada ano vem se consolidando mais. Temos um conhecimento instalado nesse campo de vacinas que se destaca no cenário nacional. Nosso conhecimento está à disposição do nosso estado e do nosso país”.
Dentro do MCTI duas secretarias tiveram um trabalho de destaque na condução deste projeto. A Secretaria de Estruturas Financeiras e de Projetos (SEFIP) e a Secretaria de Pesquisa e Formação Científica (SEPEF). “O CN Vacinas irá trazer a soberania tecnológica da produção de vacinas e de insumos farmacêuticos ativos para o Brasil. A conversa inicial aconteceu em fevereiro deste ano e sete meses depois estamos aqui pelo trabalho em conjunto de todos que acreditaram na importância deste projeto”, avaliou o secretário da SEFIP, Marcelo Meirelles.
O secretário da SEPEF, Marcelo Morales, lembrou que o projeto do CN Vacinas foi uma das diretrizes dos pesquisadores da RedeVírus MCTI, comitê formado em fevereiro de 2020 antes mesmo da OMS declarar a pandemia. “Esse Centro é de extrema importância para o nosso país há muito tempo. Agora vamos trabalhar na produção dos insumos farmacêuticos ativos e não precisaremos mais importar esse material para desenvolver nossas vacinas”, comemorou.
Para o diretor-presidente do Parque Tecnológico de Belo Horizonte/MG, Marco Aurélio Crocco, o mais importante será a interação entre a academia e o setor produtivo. “É uma satisfação para nós da BH Tech receber um centro dessa estrutura e importância para o país. Teremos no CN Vacinas a interação entre a universidade e as empresas. Nossa função será apoiar e incentivar essa interação. Que todo o conhecimento produzido dentro das instituições de ensino possa ser repassado de uma forma rápida para o setor produtivo”, finalizou.
CN Vacinas
A ideia do Centro Nacional de Vacinas é ser um elo entre o ambiente acadêmico e o mercado, servindo de catalisador do processo de inovação e transferência de tecnologias para a sociedade. O CN Vacinas tem o objetivo de desenvolver projetos de inovação em sua área de atuação com foco na transferência tecnológica para empresas e instituições que atuam no mercado, sendo também uma plataforma para o surgimento de spin-offs que desejem comercializar os produtos desenvolvidos pelo Centro.
Além disso, o CN Vacinas desprenderá esforços para apoiar grupos de pesquisa, instituições e empresas por meio da capacitação de profissionais e prestação de serviços, garantindo sustentabilidade.
O CN Vacinas promoverá o desenvolvimento de projetos de inovação nas áreas de vacinas, kits diagnósticos e fármacos com foco na transferência tecnológica para empresas e instituições que atuam no mercado. A ideia é que o centro domine todas as etapas do desenvolvimento desses produtos, incluindo as pesquisas, testes com pacientes até a criação de protótipos.
Histórico
O diálogo para a concretização da parceria vem desde fevereiro, a partir de uma reunião do ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações, astronauta Marcos Pontes, o vice-Governador de Minas Gerais, Paulo Brant, e a reitora da UFMG, Sandra Almeida. Nos dias 13 e 14 de julho, o secretário de Estruturas Financeiras e de Projetos do MCTI, Marcelo Meirelles, também se reuniu com representantes da UFMG, da BH-Tec e do governo de Minas Gerais para acertar os detalhes da parceria.
Dentro da estratégia de criação do centro, a ideia é que ele possa se sustentar a longo prazo por meio de parcerias com a iniciativa privada e com o ecossistema que existe no parque tecnológico.
Fonte: https://www.gov.br/mcti