Hospital Universitário do Maranhão, vinculado à Rede Ebserh/MEC, participou de estudo internacional sobre Covid na gravidez
Artigo em parceria com a Universidade de Oxford foi publicado na JAMA Pediatrics
Além de colaborar com diversas pesquisas sobre a Covid-19, o Hospital Universitário da UFMA (HU-UFMA/Ebserh/MEC) teve um estudo publicado na renomada revista JAMA Pediatrics. Coordenado por pesquisadores da área perinatal da Universidade de Oxford na Inglaterra, o artigo apresenta em detalhes os efeitos que a Covid-19 na gravidez. Denominada INTERCOVID, a iniciativa mostra os riscos da Covid-19 em mulheres grávidas infectadas e sintomáticas.
O estudo contou com mais de 100 pesquisadores e envolveu um total de mais de 2100 mulheres grávidas, com e sem diagnóstico do vírus, de 43 maternidades em 18 países do mundo, tanto os de baixa, média e alta renda. Pelo artigo, foi possível compreender que o risco de complicações e doenças graves, em mães e em recém-nascidos, é consideravelmente maior na presença da doença.
A singularidade da pesquisa se dá porque cada mulher que testou positivo para a Covid-19 foi comparada com outras duas mulheres grávidas não infectadas, no mesmo período e hospital. Além disso, é a primeira vez que os resultados do estudo INTERCOVID fornecem informações comparativas detalhadas sobre os efeitos da Covid-19 na gravidez, ressaltou um dos pesquisadores da Universidade de Oxford, Aris Papageorghiou.
No artigo, os pesquisadores evidenciaram que o risco para mães e crianças é maior do que se pensava no início da pandemia, e que as medidas prioritárias de saúde devem incluir, também, mulheres grávidas. A estimativa dos efeitos da Covid-19 com dados concretos é importante para um melhor cuidado possível e para que recursos de saúde, como vacinas, sejam designados adequadamente. O próximo passo é examinar os efeitos de longo prazo nas mães e crianças.
Os autores identificaram que mulheres com Covid-19 durante a gravidez, estavam em maior risco de complicações, como o parto prematuro e o aumento do risco de morte, conhecido como pré-eclâmpsia. Além disso, os recém-nascidos de mulheres que foram infectadas também estavam em maior risco de complicações e doenças graves, principalmente devido à prematuridade. A boa notícia, no entanto, é que os riscos em mulheres infectadas sem sintomas e as mulheres não infectadas eram semelhantes.
No Brasil, o estudo foi desenvolvido no HU-UFMA pelas médicas neonatologista Marynéa Vale e Patrícia Marques, além das enfermeiras Ana Cláudia Garcia Marques e Rebeca Aranha Arrais Santos Almeida, sob a coordenação da professora doutora Maria Albertina S. Rego, da Universidade Federal de Minas Gerais.
Impressões
Os pesquisadores da Universidade de Oxford também destacaram a importância de se coletar dados multinacionais em grande escala, e rapidamente, durante uma crise de saúde, o que permitiu a conclusão do estudo em apenas 9 meses, usando infraestrutura já instalada a partir do projeto multicêntrico INTERGROWTH-21 de Oxford.
Marynéa Vale destacou que “o risco de morrer durante a gravidez e no período pós-natal foi 22 vezes maior em mulheres com Covid-19 do que em mulheres grávidas não infectadas”. Já a professora Maria Albertina ressaltou os resultados nos recém-nascidos. “Cerca de 10% dos recém-nascidos de mães com teste positivo para o SARS-CoV-2 também testou positivo para o vírus durante os primeiros dias pós-natal”, explicou.
Segundo Patrícia Marques, a amamentação não se associou à infecção. E os resultados apontam para uma possível relação do parto cesáreo a um risco aumentado de infecção no recém-nascido. Ela ainda acrescentou que a informação ajudará as famílias, pois agora está claro que é necessário fazer tudo que estiver ao alcance para evitar a infecção. E ainda fortalece a necessidade de se oferecer vacinação às mulheres grávidas.
Artigo completo, Covid-19 na gravidez, está associado a níveis maternos de morbidade, mortalidade, parto prematuro e complicações neonatais graves. E pode ser acessado nos links:
Sobre a Ebserh
Desde janeiro de 2013, o HU-UFMA é filiado à Ebserh, estatal vinculada ao Ministério da Educação que administra atualmente 40 hospitais universitários federais. O objetivo é, em parceria com as universidades, aperfeiçoar os serviços de atendimento à população, por meio do Sistema Único de Saúde (SUS), e promover o ensino e a pesquisa nas unidades filiadas.
O órgão, criado em dezembro de 2011, também é responsável pela gestão do Programa Nacional de Reestruturação dos Hospitais Universitários Federais (Rehuf), que contempla ações nas 50 unidades existentes no país, incluindo as não filiadas à Ebserh.
Assessoria de Comunicação Social do MEC com informações do UFMA
Fonte: https://www.gov.br/mec