Lacen-DF desenvolve estratégias de sequenciamento genômico para variantes do novo coronavírus
Principais variantes circulantes no DF hoje são: P1 (predominante) e P2. Também já foi detectada a variante inglesa
Desde janeiro, a equipe de Biologia Molecular do Laboratório Central de Saúde Pública do Distrito Federal (Lacen-DF) vem desenvolvendo novas estratégias de sequenciamento genômico do coronavírus. Desta forma, é possível identificar quais cepas estão circulando no DF.
Os primeiros resultados saíram no início de fevereiro. No último boletim, 60 amostras foram selecionadas e evidenciaram a predominância da variante amazônica (P.1.) na população analisada. Também foi evidenciado um caso de infecção por variante inglesa, além de seis casos relacionados à variante P2.
“As amostras foram selecionadas respeitando os critérios da Nota Técnica nº 1/2021, que trata da seleção de amostras para sequenciamento genômico do Sars-CoV-2. A metodologia usada para a descoberta de novas cepas é a de SANGER utilizando a plataforma ABI 3500 (Applied Biosystems). Realizando buscas de mutações na região gênica entre os genes ORF8 e N”, explica a diretora do Lacen-DF, Grasiela Araújo da Silva.
Dentre os critérios de seleção das amostras para testar se há novas cepas estão: casos de reinfecção; óbitos; pacientes muito graves.
De acordo com a diretora, a importância de desenvolver o sequenciamento no combate à pandemia é que ele permite dar respostas mais céleres no enfrentamento da doença causada pelo vírus Sars-CoV-2, e consequentemente estabelecer a necessidade de implementação de uma vigilância mais eficiente com relação ao surgimento de novas variantes do coronavírus.
“Além disso, possibilita, ainda, o entendimento do comportamento do vírus. Como se dissemina? Como invade as células do hospedeiro? Bem como subsidiar o monitoramento de variantes virais do Sars-CoV- 2 circulantes no Distrito Federal, possibilitando ações de vigilância mais intensivas de combate à pandemia do novo coronavírus”, informa.
Variantes
Segundo Grasiela, as principais variantes circulantes no DF hoje são: P1 (predominante) e a P2. Também já foram detectadas as variantes B.1.1.7 (inglesa), B.1.1.28 e B.1.1.143. Ela destaca o esforço da equipe, que mesmo com todas as dificuldades tem se doado para o sucesso dos trabalhos, o que tem sido essencial.
A variante B.1.1.7, proveniente do Reino Unido, mais conhecida como a variante inglesa, já circula dentro do Distrito Federal. De acordo com Cleidiane de Carvalho, enfermeira da área técnica da Vigilância Epidemiológica da Covid-19, Influenza e outros vírus respiratórios, de sete amostras colhidas e identificadas da nova variante, quatro foram em pessoas residentes do Distrito Federal.
“Estamos investigando cada caso, mas pelo que já averiguamos, nenhuma das pessoas que apresentaram a variante inglesa viajou ou teve contato com alguém que tenha viajado pro Reino Unido. Ou seja, a transmissão ocorreu aqui dentro do DF”, explica.
Duas das amostras foram coletadas e processadas por um laboratório particular, que notificou o Lacen-DF sobre a variante inglesa, os outros dois casos foram analisados no próprio Lacen-DF. Dois casos eram de pacientes idosos, com comorbidades e que evoluíram para óbito. As quatro amostras positivas para a nova variante e de residentes no DF foram colhidas nas seguintes datas:
– 18/01/2021: 42 anos, Águas Claras, cura;
– 09/02/2021: 60 anos, Ceilândia, comorbidade, óbito;
– 22/02/2021: 47 anos, Jardim Botânico, cura;
– 13/03/2021: 72 anos, Sobradinho, comorbidade, óbito.
Fonte: http://www.saude.df.gov.br