MCTI e Médicos Sem Fronteiras estudam cooperação
Reunião com representantes da organização internacional abordou a estratégia brasileira da RedeVírus MCTI, que atua em diferentes frentes de pesquisa e tecnologia em resposta à pandemia de Covid-19
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) recebeu nesta quinta-feira (18) uma comitiva da Médicos Sem Fronteiras (MSF) para compartilhar a experiência brasileira de ação em ciência e tecnologia, por meio da RedeVírus MCTI, no combate à pandemia da Covid-19. A organização humanitária internacional demonstrou interesse em conhecer as estratégias adotadas pelo Brasil e como a pasta atua no financiamento público para a pesquisa, desenvolvimento e inovação, tendo em vista futuras pandemias e na busca por soluções em áreas como doenças negligenciadas e resistência antimicrobiana.
O diálogo é um primeiro passo para estreitar contatos e avaliar pontos de conexão que possam viabilizar futuras cooperações na área de tecnologia em saúde entre o País e a organização internacional que tem forte atuação em países em desenvolvimento.
A secretária Médica Internacional da MSF, Maria Guevara, e a vice-diretora de Análises Políticas e Advocacy da Campanha de Acesso de MSF, Nathalie Ernoult, foram recebidas pelo diretor do Departamento de Ciências da Vida e Desenvolvimento Humano e Social, Fábio Larotonda, e demais integrantes da Secretaria de Pesquisa e Formação Científica (SEPEF/MCTI) e da Assessoria Internacional (ASSIN/MCTI).
O diretor Larotonda detalhou as iniciativas no âmbito da RedeVírus MCTI. As estratégias adotadas envolvem implementação de redes de sistemas de vigilância epidemiológica, por meio de águas residuais e de monitoramento de animais silvestres, desenvolvimento de testes de diagnóstico nacionais, sequenciamento do genoma SARS-CoV2 que circula no país, impactos econômicos e sociais causados pela pandemia, além do desenvolvimento de vacinas. O MCTI financia 10 projetos com 15 diferentes estratégias para vacinas, cinco delas foram qualificadas para receber financiamento público para realização dos ensaios clínicos de fases I e II. Uma delas recebeu aval da Anvisa para o início dos ensaios clínicos, a RNA MCTI CIMATEC HDT. Para realização dos ensaios clínicos de Fase III, está aberta uma chamada pública de subvenção econômica para a vacina que receber a autorização da Anvisa.
“Queremos transformar as iniciativas de vigilância, que envolvem sequenciamento genômico, monitoramento de águas residuais e de animais silvestres, em um sistema permanente de alertas, estando mais preparado para possíveis novas pandemias que possam surgir”, explicou Larotonda. O diretor mencionou ainda a preocupação do ministério em atuar na pesquisa e desenvolvimento de soluções que possam ser incorporadas no sistema público de saúde nacional. “Todo o suporte público oferecido apresenta condições, de modo que a pesquisa possa ser transformada em soluções para o sistema de saúde”, complementou.
Um exemplo foi o desenvolvimento do teste nacional para detectar a Covid-19, que recebeu o registro da Anvisa em outubro de 2021. O kit sorológico Elisa Covid-19 IgG destaca-se por ser mais sensível do que os exames rápidos, o que evita falsos negativos. O teste foi desenvolvido no CT-Vacinas, em Minas Gerais, e houve transferência de tecnologia para que ser produzido em escala pela produzido pela Bio-Manguinhos, unidade produtora de imunobiológicos da Fiocruz.
RedeVírus MCTI – Criada em fevereiro de 2020, é um comitê de assessoramento estratégico criado pelo MCTI que reúne especialistas e centros de pesquisa, atuando na articulação de laboratórios e atividades de pesquisa para o enfrentamento da Covid-19 e outras viroses emergentes. Saiba mais sobre a rede em: http://redevirus.mcti.gov.br
Fonte: https://www.gov.br/mcti