Mutirão de cirurgias em hospitais privados já atendeu mil pacientes e agora vai beneficiar crianças
Contratos da Secretaria de Saúde devem beneficiar 3.233 pessoas em até quatro meses. Sete hospitais participam da iniciativa
A partir do próximo domingo (13), crianças de zero a treze anos que aguardam cirurgias de hérnia pelo Sistema Único de Saúde terão seus procedimentos realizados em hospitais particulares do Distrito Federal. A novidade faz parte dos contratos assinados pela Secretaria de Saúde para atender 3.233 pacientes ao longo de 120 dias, uma iniciativa que já beneficiou mais de mil pessoas. O investimento total é de R$ 19,7 milhões.
“É um projeto fantástico. Nós estamos com uma demanda reprimida grande, e isso pode causar limitações para a criança e riscos a sua integridade”, opina a cirurgiã-pediátrica Edione Magda Neri, responsável pela organização dos procedimentos a serem realizados no Hospital São Francisco. Ela esclarece que o público infantil também será atendido no Hospital Brasília Água Claras.
Até esta quinta-feira (10), foram 1.032 pacientes atendidos. “Estamos acompanhando diariamente junto ao complexo regulador e as contratadas o ritmo das cirurgias. A partir do sábado (12), os serviços serão estendidos também aos procedimentos pediátricos”, explicou a secretária de Saúde, Lucilene Florêncio.
O mutirão foi iniciado em 22 de setembro e envolve procedimento de hernioplastias (hérnia), colecistectomias (retirada da vesícula biliar) e histerectomias (remoção do útero). As cirurgias têm ocorrido diariamente, inclusive nos fins de semana, nos hospitais Águas Claras (16 procedimentos realizados), Anchieta (97 procedimentos), Daher (211), Hospital das Clínicas (211), HOME (168), São Francisco (199) e São Mateus (130).
Cada atendimento na rede privada inclui a intervenção cirúrgica, internação e consultas pré e pós-operatórias. Os hospitais recebem de acordo com o número de procedimentos realizados.
Fila organizada
O secretário-adjunto de Assistência à Saúde (SAA), Luciano Agrizzi, destaca o rápido atendimento aos pacientes e que a medida tem consequências positivas também para a rede pública. “São mil pacientes a menos com patologias, mil pacientes a menos buscando unidades de saúde. Isso otimiza recursos para o atendimento de outros cidadãos”, afirma.
Todos os pacientes beneficiados iniciaram seus atendimentos na rede pública, onde fizeram exames, receberam o diagnóstico e foram encaminhados para a fila de cirurgia. De acordo com a diretora de Regulação da Atenção Ambulatorial e Hospitalar da Secretaria de Saúde, Maria Aurilene Pedroza, o fluxo rápido de atendimento já permitiu reduzir o tempo de espera. “Todos os pacientes que estavam aptos já foram encaminhados para as cirurgias”, explica.
Enquanto isso, as unidades da rede pública atuam para atender novos pacientes e já encaminhá-los para a lista de espera. “Os hospitais estão fazendo uma força-tarefa de consultas, então temos recebido novos nomes e enviado diariamente às unidades que farão as cirurgias”, conta a servidora.
Após a assinatura dos contratos, a Secretaria de Saúde fez um treinamento com os funcionários dos hospitais contratados sobre a utilização dos sistemas digitais de fluxo de pacientes. Isso permite o acesso ao histórico médico e aos exames realizados na rede pública. A pasta também faz o controle de tudo o que foi realizado, conforme estabelecido no edital.
Atendimento
De acordo com o planejamento da Secretaria de Saúde, enquanto os hospitais privados atendem a esses três tipos de cirurgias, os 11 hospitais da rede pública mantêm o ritmo de aproximadamente mil cirurgias mensais, entre as de emergência, judicializadas, as de maior complexidade e os casos de câncer. O objetivo é reduzir a fila de espera formada durante o período mais grave da covid-19, quando as cirurgias eletivas foram suspensas.
Enquanto isso, iniciativas como o novo contrato regular de manutenção vai permitir a melhoria das condições de atendimento, como no caso da UTI do Hospital Regional de Taguatinga (HRT), que já iniciou o processo de revitalização. O foco é ampliar a produção cirúrgica da própria rede pública.
Fonte: https://www.saude.df.gov.br