Nanotecnologia é aplicada contra câncer e outras doenças
Cientista Luiza Frank está entre as 25 mulheres inovadoras da América Latina
Aplicar nanotecnologia no tratamento de câncer cervical. Esse é o objetivo do projeto elaborado por Luiza Frank, farmacêutica pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), que criou plataformas baseadas em nanotecnologia – como hidrogéis, biofilmes, óvulos vaginais e comprimidos –, para propor tratamento eficaz contra enfermidades como cânceres e doenças autoimunes.
A pesquisadora explicou que o câncer cervical é uma das principais causas de morte entre mulheres na América Latina e no Caribe. Atualmente o único tratamento disponível é um creme vaginal, de difícil aplicação, que provoca efeitos adversos, como lesões e dor entre outros. Em sua pesquisa, Frank propõe uma alternativa inovadora, “que contém o fármaco antitumoral imiquimode, em nanocápsulas, que podem melhorar a qualidade de vida das acometidas por esse tipo de câncer”.
Frank destacou que uma das atividades mais importantes do projeto foi sua disseminação social, quando houve divulgação e conscientização sobre a importância do tratamento. A cientista é mestre e doutora em Ciências Farmacêuticas, tem pós-doutorado em Biologia Celular pela Harvard Medical School (EUA) e foi bolsista da CAPES em diferentes etapas de sua trajetória acadêmica. Para ela, apenas com o incentivo da Fundação, “foi possível realizar essas pesquisas que têm o potencial de permitir tratamentos para doenças que ainda não têm cura”.
Reconhecimento
O Prêmio “25 Mulheres na Ciência na América Latina” da 3M – multinacional que tem negócios em diversos segmentos do mercado – incentiva a diversidade na área científica, realçando a participação de mulheres que desenvolveram pesquisas e projetos inovadores. Mais de mil especialistas das áreas de Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática, concorreram à premiação.
As propostas foram avaliadas por sua inovação, importância e alcance social. “Esse reconhecimento veio num momento muito importante da minha vida pessoal e profissional e recarregou minhas forças para seguir fazendo pesquisa de qualidade”, comemorou Frank, uma das seis laureadas brasileiras.
Aplicação
A partir do trabalho criado por Luiza Frank, outros projetos estão em andamento. Em colaboração com o grupo coordenado por Fernanda Visioli, da Faculdade de Odontologia da UFRGS, já ocorrem estudos clínicos no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), para testar a formulação em pacientes com ferimentos bucais pré-cancerosos. Ela contou que esse tipo de lesão ainda não tem cura e está fortemente associada com o desenvolvimento de câncer de boca.
Frank trabalha ainda na avaliação de fórmula nanotecnológica contendo medicação para o tratamento de doenças autoimunes, como um tipo de hepatite. Este trabalho é resultado de uma parceria iniciada no seu pós-doutorado.
Assessoria de Comunicação Social do MEC com informações da CAPES
Fonte: https://www.gov.br/mec