OMS confirma quase 100 casos de varíola dos macacos fora de região endêmica; Bélgica é 1º país a adotar quarentena
Agência de Saúde da ONU disse que mais casos sem vínculo direto com a África Ocidental e Central devem ser confirmados nos próximos dias. Na Bélgica, pacientes deverão se isolar por 21 dias.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que espera identificar mais casos de varíola dos macacos à medida que expande a vigilância em países onde a doença normalmente não é encontrada. Enquanto a Bélgica se tornou o primeiro país a introduzir uma quarentena obrigatória de 21 dias para pacientes com a doença.
Até sábado (21), 94 casos haviam sido confirmados e 28 casos suspeitos de varíola foram relatados em 15 países que não são endêmicos para o vírus, disse a agência da ONU. A organização acrescenta que vai fornecer mais orientações e recomendações nos próximos dias sobre como diminuir a propagação da doença e ainda não se pronunciou sobre a aplicação de quarentenas.
As autoridades de saúde da Bélgica teriam tomado a decisão ainda na sexta-feira, quando o país registrou seu segundo caso confirmado da doença, de acordo com reportagens da imprensa local. Quem teve contato com pessoas infectadas não precisam se auto-isolar, mas devem permanecer vigilantes, principalmente se estiverem em contato com pessoas vulneráveis.
“As informações disponíveis sugerem que a transmissão de humano para humano está ocorrendo entre pessoas em contato físico próximo com casos sintomáticos”, acrescentou a agência.
A varíola dos macacos é uma doença infecciosa que geralmente é leve e endêmica em partes da África Ocidental e Central. É espalhada por contato próximo, e pode ser contida com relativa facilidade por meio de medidas como isolamento e higiene.
“O que parece estar acontecendo agora é que ela entrou na população como uma forma sexual, como uma forma genital, e está se espalhando assim como as infecções sexualmente transmissíveis, o que amplificou sua transmissão em todo o mundo”, disse David Heymann, funcionário da OMS e um especialista em doenças infecciosas, à Reuters.
Heymann disse que um comitê internacional de especialistas se reuniu por videoconferência para analisar o que precisava ser estudado sobre o surto e comunicado ao público, incluindo se há disseminação assintomática, quem está em maior risco e quais as vias de transmissão.
O comitê, no entanto, não é o grupo que sugere declarar uma emergência de saúde pública de interesse internacional, a maior forma de alerta da OMS – e que foi aplicado à pandemia de Covid-19.
Fonte: https://g1.globo.com