OPAS pede ampliação do acesso ao tratamento do câncer para salvar vidas
Câncer é a segunda causa de morte nas Américas
No Dia Mundial contra o Câncer, neste 4 de fevereiro, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) pediu a ampliação dos serviços de tratamento e prevenção do câncer para reduzir novos casos da doença. Se nenhuma ação for tomada, os casos podem aumentar em quase 60% até 2040.
“Por cuidados mais justos” é o tema do Dia Mundial contra o Câncer deste ano, organizado pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC). O dia é uma oportunidade para unir as pessoas na luta contra a epidemia global da doença.
O câncer é a segunda principal causa de morte nas Américas, depois das doenças cardiovasculares. Segundo estimativas do Observatório Global do Câncer (Globocan), em 2020, 4 milhões de pessoas foram diagnosticadas com câncer e 1,4 milhão morreram. Se nenhuma ação for tomada, estima-se que mais de 6,2 milhões de pessoas sejam diagnosticadas com câncer até 2040.
“A pandemia causou muitos obstáculos, mas não podemos retroceder na luta contra o câncer”, disse a diretora da OPAS, Carissa F. Etienne. “O acesso aos serviços de saúde permite detectar o câncer precocemente e tratá-lo de forma eficaz.”
Globalmente, serviços não emergenciais, incluindo rastreamento e diagnóstico de câncer, foram severamente afetados por restrições e fechamentos, bem como pelo desvio de recursos para gerenciar a pandemia de COVID-19. Espera-se que isso aumente as desigualdades existentes no tratamento do câncer.
Além disso, nas Américas, já existiam desigualdades significativas no acesso ao tratamento do câncer antes da pandemia, levando a desfechos de saúde desfavoráveis. Enquanto na América do Norte a taxa de sobrevivência de crianças com câncer ultrapassa 80%, na América Central e no Caribe esse número é de 45%.
Essas desigualdades também existem no acesso ao rastreamento, prevenção e tratamento do câncer do colo do útero. A cobertura do rastreamento deste tipo de câncer varia de 7% a 89% na região e as taxas de mortalidade variam de duas mortes por cada 100 mil mulheres no Canadá a 19 mortes por cada 100 mil no Paraguai.
Câncer é evitável
Entre 30% e 50% dos casos de câncer podem ser prevenidos por meio da vacinação (contra hepatite B e papilomavírus humano) e pela redução da prevalência de fatores de risco conhecidos, como tabagismo (que causa 25% das mortes por câncer), dietas deficientes em frutas e vegetais e ricas em carne vermelha e processada; consumo de álcool; inatividade física; sobrepeso e obesidade. A exposição a agentes cancerígenos no local de trabalho também é um fator de risco.
“Acelerar a prevenção é fundamental para evitar novos casos”, enfatizou o diretor de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS, Anselm Hennis. “E para que essa prevenção seja efetiva, ela deve ser baseada em abordagens governamentais, com legislação, regulamentação e políticas fiscais combinadas com atividades para mudar o comportamento individual e comunitário”, acrescentou.
A OPAS/OMS está promovendo três campanhas globais nas Américas que buscam abordar a carga do câncer. Essas iniciativas visam prevenir e tratar o câncer do colo do útero, aumentar a sobrevida do câncer infantil e prevenir o câncer de mama, o mais comum entre mulheres.
Câncer nas Américas (2020)
- 57% dos casos e 47% das mortes ocorreram entre pessoas com 69 anos ou menos
- Os tipos de câncer mais diagnosticados em homens são: próstata (28,6%), pulmão (11,7%), colorretal (10,2%) e bexiga (5,9%)
- Os cânceres mais frequentemente diagnosticados em mulheres são: mama (30,7%), pulmão (10,3%), colorretal (9,6%) e uterino (6,4%)
- Os tipos de câncer com maiores taxas de mortalidade em homens são: pulmão (20,6%), próstata (14,5%), colorretal (10,6%), pâncreas (7%) e fígado (6,6%)
- Os cânceres que causam o maior número de mortes em mulheres são: pulmão (18,4%), mama (17,5%), colorretal (10,6%) e pancreático (7,2%).
- Quase 500 mil novos casos de câncer de mama e mais de 100 mil mortes por câncer de mama foram registrados na região.
- 74.410 mulheres foram diagnosticadas com câncer do colo do útero nas Américas e 37.925 perderam a vida.
*Estimativas do Observatório Global do Câncer (Globocan)
Fonte: https://www.paho.org