Pandemia fez com que 62% das mulheres não realizassem exame de mama, diz pesquisa
Proporção chega a 73% entre aquelas com mais de 60 anos; desinformação é outro problema
Pesquisa feita pelo Ibope Inteligência a pedido da farmacêutica Pfizer revelou que 62% das mulheres não foram realizar exames de detecção de câncer de mama este ano devido à pandemia. Foram ouvidas 1.400 mulheres com 20 anos ou mais, e a margem de erro de de três pontos percentuais em ambas as direções.
O índice se refere a uma média global compreendendo todas as faixas etárias. Quando analisadas separadamente, as mulheres com mais de 60 anos foram as mais impactadas: 73% delas disseram não ir ao médico ginecologista ou mastologista por causa do medo da Covid-19.
Entre as mulheres de 30 a 39 anos, 59% disseram estar aguardando a pandemia passar para ir ao médico, a menor taxa entre as entrevistadas.
Do total de mulheres entrevistadas, 72% disseram ir ao médico uma vez por ano. O medo de contrair o câncer após uma conhecida ter desenvolvida a doença é o principal motivo apresentado pelas mulheres para ir realizar exames de mamografia: 66% disseram que ter convivido com alguém que teve câncer aumenta o medo de ter a doença. Para 20%, esse medo é relativo, pois as pessoas próximas se curaram e a experiência não foi negativa.
A pesquisa revelou ainda que 1/4 das mulheres acima de 50 anos que teriam indicação para fazer exames de rotina de mamografia e ultrassom de mamas não recebem o pedido do médico para fazer esse rastreamento preventivo.
O conhecimento das causas de câncer de mama também foi um ponto levantado pela pesquisa. Para 75% das mulheres, o fator genético (hereditário) é o principal motivo que leva ao risco de desenvolver câncer de mama nas mulheres.
Segundo a diretora médica da Pfizer Marjori Dulcine, a hereditariedade está presente em apenas 5% a 10% dos casos de câncer de mama. Para ela, o dado revela uma importante lacuna de conhecimento das mulheres sobre quais os fatores que levam à incidência da doença.
“Existe uma parte importante das mulheres que não são orientadas corretamente pelos seus médicos e mais ainda, não recebem orientações sobre outros fatores de risco como qualidade de vida, tabagismo, sedentarismo. A pesquisa trouxe dados sobre o impacto da pandemia nos tratamentos de câncer em curso, mas também na questão da prevenção, do diagnóstico precoce e da qualidade de vida, por isso levantou várias ‘bandeiras amarelas’.”
Junto com o Coletivo Pink, a Pfizer lança a campanha “Outubro além do Rosa” para lembrar da importância não só do diagnóstico precoce e prevenção do câncer mas também sobre a qualidade de vida e tratamentos mais indicados para cada paciente.
Dulcine ressalta que o diálogo com o médico e a medicina de precisão serem alguns dos pilares dos avanços no conhecimento do câncer de mama, e que podem ser interrompidos devido à pandemia.
A pesquisa da Pfizer foi realizada em 2018 e 2019. Neste ano, por causa da pandemia, as entrevistas foram feitas virtualmente, em seis locais: São Paulo capital, Distrito Federal, e nas regiões metropolitanas de Belém, Porto Alegre, Rio de Janeiro e Recife.