Participação feminina cresce na educação profissional e mulheres se destacam no campo da pesquisa científica
Do total de matrículas da Educação Profissional, Científica e Tecnológica cerca de 59,6% são de estudantes do sexo feminino
Nos últimos anos a oferta de Educação Profissional e Tecnológica (EPT) cresceu muito em todo o país, principalmente com o aumento da inserção feminina nos cursos técnicos presentes em todas as regiões brasileiras. Dados do Censo Escolar 2020 mostram que do total de 1,8 milhão de matrículas do ensino técnico de nível médio, 59,6% são de estudantes do sexo feminino. Essa modalidade de ensino possui uma rede especializada na oferta da EPT: a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica, que hoje possui mais de 1 milhão de matrículas, e nos últimos três anos apresentou um crescimento de 6% no percentual de ingresso de alunas, dados da Plataforma Nilo Peçanha de 2018 a 2020. Neste contexto observa-se que a Rede Federal, também com atribuição e competência em pesquisa aplicada e desenvolvimento científico e tecnológico, tem atraído e contribuído por sua expertise em proporcionar uma maior participação de mulheres no desenvolvimento da ciência.
A Diretora de Políticas e Regulação de Educação Profissional e Tecnológica do MEC, Marilza Machado Gomes Regattieri, explica que a participação feminina vem se destacando em cursos relacionados aos eixos tecnológicos de ambiente e saúde, produção alimentícia, infraestrutura, recursos naturais e produção industrial, este último com o maior crescimento na participação feminina, de aproximadamente 14%, de 2010 a 2019. “Nesse eixo de produção industrial, biotecnologia, calçados, têxtil, vestuário, vidro, joalheria, planejamento e controle de produção, projetos gráficos e química, são alguns dos exemplos de cursos técnicos aí presentes”, informou. Ainda segundo ela, 5 cursos técnicos se destacam com maior interesse e participação pelo público feminino nos últimos anos que são: plástico, agropecuária, viticultora e enologia, lazer e mecatrônica.
Em relação aos cursos superiores de tecnologia o maior aumento de participação feminina, no período de 2010 a 2019, foram nos cursos de transporte aéreo, cafeicultura, manutenção de aeronaves, segurança pública e automação industrial. “Na área de transporte aéreo houve incremento de aproximadamente 14%, pois saltou de 40% de presença feminina em termos do total de matrículas para 54%, seguido do curso superior de tecnologia cafeicultura que pulou de 20% em 2010 para 31% em 2019”, relatou a diretora.
Pesquisadora é destaque na Rede Federal
Todo esse aumento da inserção do público feminino em cursos da EPT, resultou na maior participação das mulheres no total de matrículas, especialmente nos cursos de menor duração que são os de qualificação profissional, e também nos cursos técnicos. A situação só é invertida nas graduações tecnológicas. Além disso, muitas mulheres no âmbito da educação profissional e tecnológica se destacam na produção científica e integram cada dia mais o mundo acadêmico. Fernanda Farnese, é pesquisadora e professora do Instituto Federal Goiano (IFGoiano), ela recebeu um prêmio no ano passado da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), do Programa “Para Mulheres na Ciência” com a pesquisa de desenvolvimento de um método para preservar plantações de soja em períodos inesperados de seca. Segundo ela, o objetivo da pesquisa é avaliar o potencial da aplicação de óxido nítrico para aumentar a tolerância da soja à seca. “A partir dessa observação, surgiu a ideia de testar moléculas que tivessem potencial para aumentar a tolerância da soja à seca, diminuindo os danos e as perdas econômicas e tornando a agricultura brasileira menos dependente dos recursos hídricos”, afirmou.
Fernanda explica como a Rede Federal fomenta a realização de pesquisas que podem trazer muitos benefícios para a sociedade. “Na Rede Federal encontrei incentivo de todos os gestores, que forneceram a infraestrutura adequada para que a pesquisa em questão pudesse ser desenvolvida. O estímulo à pesquisa também ocorre por meio da realização de eventos científicos e auxílios financeiros para a publicação de trabalhos científicos”, afirmou. “A ciência ainda é um campo onde a participação feminina é minoria, principalmente em cargos de liderança, e isso gera alguns desafios adicionais para mulheres que desejam seguir a carreira científica. Apesar disso, estudos recentes demonstraram que ambientes de pesquisa mistos, ou seja, ambientes que são liderados tanto por homens quanto por mulheres, são mais eficientes e geram pesquisas com maior qualidade”, constatou Fernanda.
Assessoria de Comunicação Social do MEC
Fonte: https://www.gov.br/mec