Plataforma vacinal pode combater COVID-19 e outras doenças
Projeto com participação de bolsista da CAPES investiga vírus a fim de formar base para desenvolvimento de vacinas
Victor Bolsanelli Cioffi é graduado em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), e em Biologia Celular e Molecular pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, em Portugal, onde estudou bom bolsa da CAPES. Atualmente cursando o doutorado, é mais uma vez bolsista da Fundação, no Programa de Pós-graduação em Microbiologia da Universidade de São Paulo (USP), no qual trabalha para desenvolver uma plataforma vacinal de combate à COVID-19 e outras doenças virais.
Fale sobre sua formação.
Iniciei minha formação acadêmica me graduando em Ciências Biológicas e, em seguida, realizei minha segunda graduação em Biologia Celular e Molecular, em um intercâmbio com bolsa CAPES. Voltando ao Brasil, iniciei meu mestrado em Microbiologia. Como tinha um projeto amplo e promissor, solicitei mudança de nível para o doutorado, o que foi aceito. Hoje curso doutorado no Instituto de Ciências Biomédicas da USP. E aplico o conhecimento adquirido em etapas anteriores para realizar o desenvolvimento de uma plataforma vacinal contra a COVID-19.
Fale sobre esse trabalho de combate ao coronavírus.
Meu projeto se propõe a desenvolver uma plataforma vacinal inovadora. Após os testes iniciais, ela se mostrou promissora e pode ser utilizada para outras infecções virais, tornando a tecnologia ainda mais importante. Em breve poderá ser uma ferramenta a ser utilizada para melhorar a saúde pública, no Brasil e no mundo.
Explique um pouco mais sobre essa plataforma.
Digo que é uma plataforma inovadora porque apresenta uma estrutura capaz de manter pequenos fragmentos do vírus e apresentar esses pedacinhos para as células do sistema imunológico. Assim, os anticorpos gerados, além de serem mais específicos, apresentam maior eficácia na neutralização viral, que é a capacidade do anticorpo de impedir que o vírus infecte a célula. Além do SARS-CoV-2 (o coronavírus causador da COVID-19), fragmentos de outros vírus podem ser utilizados nesta plataforma para, assim, pelo mesmo mecanismo, garantir a produção de anticorpos capazes de neutralizar o agente infectante.
Quais os impactos do seu trabalho na sociedade, nacional e internacionalmente?
Com a pandemia, ficou patente a urgência de novas tecnologias vacinais. Nosso grupo desenvolveu uma nova plataforma, que pode ir além da COVID-19 e funcionar para diversos outros vírus. Estamos em fase final de publicação de um artigo sobre esse trabalho. Com o uso dessa nova ferramenta, a comunidade científica brasileira e mundial poderá aperfeiçoar ainda mais a tecnologia, garantindo a melhoria da saúde pública em todo o mundo.
Qual a importância da CAPES para sua trajetória acadêmica?
Já tínhamos a ideia e possuíamos o conhecimento. Com o Programa de Combate a Epidemias da CAPES, foi possível colocar esse plano em prática, não apenas pelo financiamento, mas por todo suporte e divulgação do trabalho. Além disso, minha atuação no Departamento de Microbiologia do Instituto de Ciências Biomédicas da USP é viabilizada por uma bolsa da CAPES. É onde atuo e realizo todos os testes diários para melhorar os resultados da pesquisa e ter novas ferramentas para o avanço científico no Brasil.
O que pretende para a carreira científica no futuro?
Depois de finalizar o doutorado, quero empreender junto à universidade para desenvolver startups na área científica, com o intuito de produzir novas ferramentas e plataformas para diversas patologias, no ramo de vacinas e diagnóstico, além de gerar empregos para os cientistas.
Assessoria de Comunicação Social do MEC com informações da CAPES
Fonte: https://www.gov.br/mec