Recuperação e resiliência dos sistemas de saúde devem estar no topo da agenda da Cúpula das Américas de 2022, afirma diretora da OPAS
Às vésperas da Cúpula das Américas deste ano, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa F. Etienne, pediu aos países que invistam urgentemente em sistemas de saúde que sejam “inclusivos, integrais e com capacidade de resposta” para mitigar o impacto de pandemias e outras emergências de saúde.
Etienne discursou durante a sessão especial virtual “Saúde, Recuperação e Resiliência: Cúpula das Américas 2022”, que ocorre paralelamente à 16ª Sessão do Subcomitê para Programas, Orçamento e Administração (SPBA16) da OPAS.
Liderado pela OPAS e Kevin Michael O’Reilly, coordenador nacional da Cúpula das Américas no Departamento de Estado dos Estados Unidos, o evento forneceu aos Estados Membros da Organização e às Missões da Organização dos Estados Americanos (OEA) uma visão geral de como a pandemia de COVID-19 ampliou as barreiras existentes à saúde universal, particularmente entre comunidades vulneráveis, e enfatizou os sistemas de saúde resilientes como um fator-chave compromisso da agenda da Cúpula de 2022.
A 9ª Cúpula das Américas será sediada pelos Estados Unidos e realizada em Los Angeles, Califórnia, de 6 a 10 de junho de 2022. Reunirá líderes dos países da região para abordar desafios e oportunidades compartilhados sob o tema “Construindo um futuro sustentável, resiliente e equitativo” para o hemisfério.
A diretora da OPAS destacou que o tema da Cúpula deste ano reflete uma “urgência sem precedentes de abordar as desigualdades de longa data na região, por meio de ações sustentadas para construir sistemas e sociedades de saúde resilientes”.
A pandemia de COVID-19 impactou a vida, a saúde e o bem-estar das pessoas nas Américas, reduzindo o PIB da América Latina em 6,8% e empurrando 209 milhões de pessoas para a pobreza e 78 milhões para a pobreza extrema em 2020, segundo dados da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL).
A pandemia também teve um impacto negativo significativo na prestação de serviços de saúde, com 93% dos países da região continuando a relatar interrupções nos serviços essenciais de saúde. “Sem a capacidade de detectar, responder e mitigar o impacto de pandemias e outras emergências de saúde pública, o desenvolvimento sustentável não pode ser alcançado”, ressaltou Etienne.
O’Reilly destacou o compromisso dos Estados Unidos em atender às necessidades mais prementes que nosso planeta enfrenta – a crise climática, a falta de acesso equitativo a oportunidades econômicas, sociais e políticas. “É aí que a carga recai mais fortemente sobre os mais vulneráveis e os menos representados entre nós em nossas sociedades. Queremos uma Cúpula que responda às necessidades e prioridades dos povos das Américas.”
A OPAS também propôs que o Compromisso Político e o Plano de Ação sobre Saúde e Resiliência da Cúpula sejam construídos com base na visão de alcançar a saúde universal nas Américas, incluindo o fortalecimento das capacidades de preparação e resposta a emergências em todos os países da região.
O Plano de Ação vai propor políticas e marcos regulatórios para os sistemas de saúde da região; formas de aumentar a força de trabalho em saúde; modelos de financiamento da saúde; expansão das capacidades de produção de material médico; e aplicação de ferramentas digitais.
“À medida que começamos a emergir de uma pandemia que impactou a vida e os meios de subsistência de milhões nas Américas, o Compromisso Político e o Plano de Ação sobre Saúde e Resiliência são um pilar central da Cúpula deste ano e o caminho para um futuro melhor para a região”, disse a diretora da OPAS.
A Organização está pronta para apoiar o desenvolvimento do Plano de Ação como componente crucial para “acelerar nossa recuperação na saúde e além, e a conquista de um futuro sustentável, resiliente e equitativo”, acrescentou Etienne.
Fonte: https://www.paho.org