Saúde propõe ações para ampliar e fortalecer vigilância da população albina
Secretaria de Vigilância em Saúde analisou características de 85 óbitos registrados entre 2010 e 2020 em edição de Boletim Epidemiológico
A Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS), do Ministério da Saúde, divulgou um boletim epidemiológico com informações detalhadas sobre o perfil da mortalidade de pessoas albinas no Brasil. O documento traz indicações sobre ações para promover a identificação, diagnóstico, prevenção de complicações e registro de óbitos, com a finalidade de traçar um cenário epidemiológico no país.
O objetivo da iniciativa foi investigar os aspectos relacionados à mortalidade de indivíduos com albinismo no Brasil entre 2010 e 2020. O boletim visa aprimorar o registro do albinismo nos sistemas de informação do país. O texto traz uma série de recomendações, entre elas, a adoção de medidas preventivas relacionadas ao fortalecimento da captação de óbitos associados à doença no Sistema de Informações de Mortalidade (SIM).
O boletim foi realizado em parceria entre a SVS, a Coordenação Geral de Informações e Análises Epidemiológicas (CGIAE); o Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis (DASNT); a Coordenação de Garantia da Equidade (COGE) e a Coordenação-Geral de Garantia dos Atributos da Atenção Primária (CGGAP) do Departamento de Saúde da Família (DESF) da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS).
Análises
Na publicação, foram analisadas as características de 85 óbitos relacionados ao albinismo registrados entre 2010 e 2020, dos quais 24 foram registrados como causa básica de morte e 61 como causa associada ao óbito. Em relação à faixa etária, foi destacado que a maioria dos óbitos (31) ocorreu em menores de cinco anos, seguido de 27 óbitos entre adolescentes e adultos, com idade entre 15 e 49 anos. Outros dados detalhados como causas de morte e distribuição espacial dos óbitos também foram apresentados.
Sempre que o albinismo tiver contribuído direta ou indiretamente na causa mortis, é fundamental que os médicos façam o registro da condição genética na Declaração de Óbito (DO) a fim de fortalecer a captação dos dados sobre a doença nos sistemas de informações do Ministério da Saúde.
Para o levantamento de dados sobre a mortalidade de pessoas com o albinismo no país foram utilizadas as informações do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), que coleta dados sobre óbitos ocorridos em todo o território nacional desde 1975.
Albinismo
O albinismo é uma condição genética caracterizada pelo déficit na síntese e distribuição de melanina, proteína cuja principal função é conferir proteção contra radiação solar na pele, pelos e olhos.
Esta condição acomete todos os grupos populacionais, independentemente de sexo, etnia e classe social, sendo classificada nas formas sindrômica (mais raras) e não sindrômica (albinismo ocular e albinismo oculocutâneo).
O Boletim Epidemiológico pode ser acessado no portal do Ministério da Saúde
Fonte: https://www.gov.br/saude