Unesp estuda fármacos e terapia contra a COVID-19
Unidades de Araçatuba e Botucatu tiveram projetos selecionados no Programa de Combate a Epidemias
A Universidade Estadual Paulista (Unesp) teve dois projetos selecionados no Programa de Combate a Epidemias da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). Um tem o objetivo de entender o comportamento do coronavírus em diversas etapas — durante, pouco depois e muito após a infecção — e identificar fármacos para tratar a COVID-19; outro pretende desenvolver uma terapia com um hormônio liberado durante exercícios físicos.
No campus da Unesp em Araçatuba (SP), Sandra Helena Penha de Oliveira coordena um dos estudos. Em seu laboratório, ela estuda as células epiteliais pulmonares, parte bastante afetada pelo vírus, em pessoas infectadas. “O projeto tem várias frentes: a análise de pacientes com a doença ativa, caso do meu laboratório, de pessoas curadas, em outras duas universidades, e de busca por fármacos, em outra”, explica a pesquisadora.
Grupos das Universidades Federais da Paraíba (UFPB), em João Pessoa (PB), e da Bahia (UFBA), em Vitória da Conquista (BA), analisam imunoglobinas de pacientes já curados. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), no campus de Macaé (RJ), pesquisadores trabalham com bioinformática para avaliar possíveis fármacos a serem usados no tratamento da COVID-19. A Unesp e as três instituições fazem parte de um total de 11 que são associadas pelo programa de pós-graduação Multicêntrico em Ciências Fisiológicas.
Já em Botucatu (SP), a equipe é restrita aos quadros da Unesp. Liderado pela endocrinologista Célia Regina Nogueira de Camargo, o grupo tenta desenvolver uma terapia com o hormônio irisina, para enfraquecer a ligação das proteínas do vírus com as células. “A irisina é liberada em exercícios físicos, mas também pode ser produzida em laboratório. Queremos usar os possíveis efeitos terapêuticos para tratar pacientes com a COVID-19”, afirma a pesquisadora.
Célia alerta, aliás, para os perigos que pessoas com obesidade correm na pandemia. “Pessoas obesas produzem menos irisina. Queremos produzir essa terapia, mas registra-se também a importância de fazer atividades físicas regularmente, de perder o excesso de peso”, diz.
Programa Combate a Epidemias
É um conjunto de ações de apoio a projetos, pesquisas e formação de pessoal de alto nível para enfrentar a pandemia da COVID-19 e temas relacionados a endemias e epidemias, no âmbito dos programas de pós-graduação de mestrado e doutorado do País. O Programa está estruturado em duas dimensões: Ações Estratégicas Emergenciais Imediatas e Ações Estratégicas Emergenciais Induzidas em Áreas Específicas.
Em três editais, 109 projetos de pesquisa e formação de recursos humanos foram selecionados, com o envolvimento de mais de 1.300 pesquisadores de universidades brasileiras e estrangeiras. As propostas vão estudar temas relacionados a Epidemias, Fármacos e Imunologia e Telemedicina e Análise de dados Médicos.
Confira no Programa de Combate a Epidemias os detalhes dos três editais:
– CAPES – Epidemias – Edital nº 09/2020
– CAPES – Fármacos e Imunologia – Edital nº 11/2020
– CAPES – Telemedicina e Análise de Dados Médicos – Edital nº 12/2020
Confira o resultado final do Edital nº 09/2020
Confira o resultado final do Edital nº 11/2020
Confira o resultado final do Edital nº 12/2020
Fonte: https://www.gov.br/mec