Vacina brasileira entra na corrida contra o novo coronavírus
Produzida por uma empresa nacional, essa vacina seria capaz de gerar proteção dupla contra Covid-19. Veja em que etapa ela está e qual seu potencial
É possível termos uma vacina contra o novo coronavírus (Sars-CoV-2) desenvolvida por uma empresa brasileira de biotecnologia. Isso porque a Farmacore está criando um imunizante — em parceria com a PDS Biotechnology Corporation, dos Estados Unidos — que protegeria o organismo da Covid-19 por duas vias.
Batizada de Versamune®-CoV-2FC, essa candidata carrega uma proteína específica do Sars-CoV-2. Ao ser injetada, ela pode levar à produção de anticorpos contra a doença.
Além disso, possui compostos que instigam a atuação de linfócitos T, células do sistema imunológico que atuam reconhecendo e combatendo agentes infecciosos. Alguns estudos sugerem que essa forma de atuação das nossas defesas é especialmente relevante no contexto da Covid-19.
A vacina desperta o sistema imunológico, deixando-o alerta contra reinfecções”, resume José Correia da Silva, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Insumos Farmacêuticos (Abiquifi). “Essa dupla função é inovadora e pode fazer a diferença na comparação com outras candidatas em desenvolvimento”, completa.
Mas calma: esse imunizante passou por menos provas de fogo do que os que estão liderando a corrida contra o novo coronavírus. No momento, ele segue em fase pré-clínica — quando são realizados testes em animais. “O imunizante respondeu bem e se mostrou seguro nas avaliações iniciais”, afirma Silva.
O projeto recebeu recentemente o apoio da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep). Se der tudo certo, as primeiras pesquisas com seres humanos devem começar até dezembro de 2020.
“Antes, tudo precisa ser combinado com o Ministério da Saúde, o Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, informa Silva.
Em comunicado à imprensa, Helena Faccioli, CEO da Farmacore, acrescentou que a produção dessa vacina é de fácil escalonamento. “Isso possibilitará a fabricação em território brasileiro e licenciamento aos demais países”, finaliza.
Fonte: https://saude.abril.com.br/